São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2000


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MULTIMÍDIA
Newsweek - de Nova York
Otan exagerou os números de sua campanha na Iugoslávia

ESTADOS UNIDOS - A campanha aérea da Otan na Iugoslávia produziu resultados militares muito inferiores aos divulgados pela organização, diz a revista.
Os ataques da aliança militar ocidental contra as tropas do presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, ocorreram entre março e junho do ano passado, durante a Guerra de Kosovo.
Milosevic era acusado de patrocinar uma "limpeza étnica" (eliminação ou expulsão de indivíduos devido à sua etnia) contra kosovares de etnia albanesa, que são maioria na Província.
A ofensiva dos bombardeiros da Otan foi considerada, na ocasião, como uma "revolução na história da guerra", uma vez que os alvos teriam sido destruídos sem que nenhum piloto da Otan fosse morto ou atingido. A operação ficou conhecida como "guerra virtual e eficiente".
A Otan havia dito que destruíra, com seus aviões, centenas de alvos móveis sérvios, algo em torno de 120 tanques, 220 carros blindados e mais de 450 peças de artilharias e morteiros.
Um relatório do Exército norte-americano revela que, na verdade, foram destruídos 14 tanques, 18 carros blindados e 20 peças de artilharia.
Segundo a revista, os números foram ampliados porque o comando da Otan estava sob pressão de Washington para enaltecer os feitos da Aeronáutica e evitar o envio de tropas terrestres. Se o Exército norte-americano tivesse sido acionado, certamente haveria baixas em suas tropas, algo que não é tolerado pela opinião pública dos EUA.
O bombardeio foi então apresentado como a melhor solução, devendo também ser tido como eficiente.
Com os novos números em mãos, a revista quis ouvir a opinião dos militares sobre o assunto. Ao ser questionado sobre o número de tanques abatidos, o general Wesley Clark, comandante da Otan, respondeu secamente: "O suficiente".


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