São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / VIRADA DEMOCRATA

Obama passa Hillary em superdelegados

Ex-primeira dama chegou a ter vantagem de 70 no quesito, mas senador agora tem 265 contra 263, segundo "New York Times"

Grupo é única esperança de senadora para ser nomeada, já que é muito improvável que ela supere adversário entre os delegados eleitos

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

A já muito fragilizada pré-candidatura de Hillary Clinton à Presidência dos EUA incorporou ontem mais uma má notícia. Com a derrota no quadro de delegados para o senador Barack Obama praticamente irreversível, a senadora apareceu, pela primeira vez, também atrás no placar de superdelegados, de acordo com a contagem do jornal "The New York Times" -e empatada com ele na medição da Associated Press.
A apuração é baseada na declaração de intenção de voto desses superdelegados, membros graduados do partido que ocuparão 796 das 4.049 cadeiras na convenção democrata em Denver, em agosto, na qual se escolherá o candidato para a eleição de novembro.
O "Times" diz que Obama tem o apoio declarado de 265 superdelegados contra 263 de Hillary. Os outros 268 ainda não anunciaram suas escolhas. A diferença entre o grupo já foi de mais de 70 em favor de Hillary. Agora, a análise geral é de que Obama continuará se fortalecendo. Esses superdelegados não precisam manter sua palavra até a convenção e já há quem tenha trocado de lado.
"Os superdelegados que não anunciaram apoio a Hillary até agora não têm por que fazer isso agora que ela está perdendo a eleição", disse à Folha Tommas E. Mann, analista político do instituto Brookings, em Washington. "A tendência é que os membros do partido foquem em colocar um ponto final na briga entre os dois e ter mais chances em novembro."

Tudo contra
O soterramento na esperança de que os superdelegados ajudassem Hillary a compensar a diferença de delegados (atualmente, o placar é de 1.592 a 1.424) veio em um momento em que tudo parece favorável ao senador. Ontem foi a vez de o ex-senador John Edwards, que desistiu da disputa no início do ano, dar pistas de que irá declarar apoio a Obama.
Prestigiado entre a fatia de operariado branco, que Hillary tenta manter em sua base, Edwards disse que Obama oferece "capacidade para unir o Partido Democrata e para trazer novos votantes, trazer gente que não se envolve no processo há muito tempo".
Hillary, por sua vez, continua se declarando firme na disputada. Ainda assim, apesar de restarem seis prévias, ela escolheu o Estado pelo qual é senadora, de Nova York, -que já votou em fevereiro- para fazer evento de Dia das Mães.
Um editorial da edição de ontem do "Times", que já declarou apoio a Hillary, disse que é direito da senadora continuar na disputa, mas que "ela cometerá um erro terrível -para si, para o partido e para a nação" se mantiver "campanha negativa com insinuações raciais inoportunas" -anteontem, ela disse que tem uma base de apoio mais forte porque a maioria dos brancos vota nela.
Para o jornal, ela também erra ao brigar pelos delegados de Michigan e Flórida, desqualificados porque os Estados anteciparam prévias sem autorização do partido.


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