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Pai abusador conta como aterrorizou filha no porão
Justiça austríaca prorroga prisão de Josef Fritzl
DA REDAÇÃO
A Justiça austríaca prorrogou ontem a prisão temporária
do aposentado Josef Fritzl, 73,
que por 24 anos manteve a filha
encarcerada no porão de casa e
a engravidou seis vezes. A prisão subterrânea foi descoberta
há duas semanas, após a internação do jovem Kerstin, 19, primogênita de Josef e sua filha
Elisabeth Fritzl.
Ele pode ser julgado por seqüestro, estupro e "homicídio
por omissão de socorro". Uma
das crianças nascidas no calabouço morreu ainda recém-nascida e teve o corpo queimado por Fritzl na calefação da casa. Três dos filhos de Elisabeth,
inclusive um irmão gêmeo do
bebê morto, eram criadas pela
avó e pelo pai-avô, que simulou
o abandono das crianças na
porta da casa da família. Os outros três, inclusive Kertin, passaram toda a vida no porão.
Fritzl conta que não era difícil controlar a família secreta
no calabouço, protegido por sete portas. Único que conhecia o
código para abrir as fechaduras,
ele diz que não precisou usar
violência física para aterrorizá-los. A ameaça de um choque
elétrico fatal mantinha a família bem longe da porta.
Segundo Fritzl, ninguém notou as obras do porão, que diz
ter começado no início dos
anos 80 -em 1984, aos 18 anos,
a filha seria trancafiada no local. Se percebessem, afirma,
não faria nenhuma diferença.
"O depósito da minha casa pertencia a mim e somente a mim,
era o meu reino", conta o patriarca, que jamais deixou a
mulher, os filhos ou os locatários se aproximarem.
"Cresci na era nazista e rigor
e disciplina eram muito importantes. Provavelmente inconscientemente absorvi algumas
dessas coisas, o que é normal",
conta Fritzl. "Mas não sou esse
monstro que a mídia pinta",
diz. Logo pondera: "Acho que,
visto de fora, eu também pensaria que sou um monstro".
"Eu sabia que Elisabeth não
queria, que estava machucando
a minha filha. Mas o desejo de
provar a fruta proibida era forte
demais. Era como um vício",
conta. Fritzl nega, porém, ter
abusado da filha na infância e
diz ter feito o possível para tornar o cativeiro confortável.
Com agências internacionais
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