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SUCESSÃO NOS EUA / DEMOCRATA EM CAMPANHA
Obama põe economia em foco na disputa com McCain
Virtual candidato democrata critica propostas de cortes de impostos de adversário
Para republicano, rival é um esquerdista que tende a elevar tributos e gastos públicos; tema será crucial na disputa pela Casa Branca
Alex Brandon/Associated Press
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O senador democrata Barack Obama, antes de embarcar no aeroporto de Raleigh, após fazer campanha na Carolina do Norte ontem
DA REDAÇÃO
Em sua primeira semana livre das pressões da disputa
contra Hillary Clinton, o virtual candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, deu
ontem o pontapé inicial de um
tour de duas semanas pelos
EUA em que se concentrará na
economia. Além de explicitar
propostas, ele aproveitou para
criticar as políticas de seu adversário, o republicano John
McCain, que classificou como
fruto de "perigosa ignorância".
A economia americana vive
um período de desaceleração, e
pesquisas indicam que o tema é
a preocupação número um dos
eleitores. Daí a concentração
de Obama no tema, que deve
ser central na campanha.
As promessas de campanha
do democrata incluem: um pacote de estímulo fiscal imediato
de US$ 50 bilhões, com o qual
ele pretende elevar o consumo;
aumento de benefícios para desempregados e afetados pela
crise das hipotecas; novas regras para impedir fraudes em
hipotecas e cartões de crédito; e
reduções de impostos para a
classe média e aposentados.
Segundo sua campanha, os
programas serão custeados pela combinação de aumento de
alguns impostos (especialmente sobre lucros de investimentos), eliminação do desperdício
e fim dos gastos com as tropas
americanas no Iraque, já que
Obama prometeu iniciar imediatamente a retirada.
O discurso ainda repetiu o
tom da rivalidade com McCain:
Obama argumentou, como em
ocasiões anteriores, que eleger
o republicano significaria mais
quatro anos dos "programas
econômicos falidos" do governo de George W. Bush.
Para o democrata, as propostas de McCain, que se concentram em cortes de impostos,
significariam uma perda de
US$ 5,7 trilhões no Orçamento
em dez anos. Para o jornal "Financial Times", é mais do que o
dobro dos cortes efetuados por
Bush -aos quais McCain se
opôs como senador, mas passou a apoiar como candidato.
No discurso em Raleigh, Carolina do Norte, Obama também ironizou a proposta de
McCain de compensar os cortes com limitações em gastos
específicos inseridos por congressistas em legislações (conhecidos como "earmarks").
Esses gastos, de acordo com o
"Financial Times", geralmente
somam entre US$ 20 bilhões e
US$ 40 bilhões por ano. "A sugestão de que a reforma das
"earmarks" de alguma forma
compensará enormes cortes de
impostos indica que John
McCain estava certo quando
disse que não entende de economia tanto quanto deveria",
afirmou Obama.
Anteriormente, McCain
também havia sugerido diminuir gastos públicos para compensar os cortes. Para qualquer
candidato, porém, a idéia de cobrir a redução de tributos com
um enxugamento dos gastos do
governo parece insuficiente para vingar num país que tem hoje um déficit público federal de
US$ 9,5 trilhões.
Resposta de McCain
O republicano emitiu uma
nota ontem em que rejeita os
argumentos de Obama.
Além de contestar os cálculos
do rival, McCain, como em ocasiões anteriores, o classificou
como um esquerdista que tende a elevar tanto impostos
quanto gastos públicos -"uma
mudança com a qual não podemos arcar".
A frase foi uma alfinetada nos
slogans de Obama, sempre centrados na palavra mudança
("change"). Ontem, o democrata discursou cercado por cartazes com os dizeres "mudança
que funciona para você".
Para o "New York Times", a
fala de Obama foi uma tentativa de conquistar eleitores de
renda baixa e pouca educação
formal, grupos que penderam
para o lado da pré-candidata
democrata Hillary Clinton derrotada durante as primárias.
Com agências internacionais
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