São Paulo, sábado, 10 de julho de 2004

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VENEZUELA

Oposição desconfia de sistema

Brasil envia a Caracas especialistas em urnas

ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil envia na próxima semana à Venezuela dois especialistas em urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral, como parte não só do esforço para garantir a lisura do plebiscito do dia 15 de agosto como também para manter a postura de "ocupação de espaços" na América Latina.
O anúncio da ida dos especialistas foi feito pelo ministro Celso Amorim (Relações Exteriores), ontem, em entrevista coletiva em que explicou a decisão: "Eles irão verificar e ver as garantias de que o processo será em segurança".
Pelo plebiscito, convocado pela coleta de assinaturas de eleitores venezuelanos, será decidido se o presidente Hugo Chávez poderá continuar no mandato presidencial até a data prevista, em 2006. A oposição venezuela desconfia das urnas eletrônicas, compradas neste ano pelo governo Chávez.
Amorim fez um elogio discreto a Chávez, ao lembrar que ele tem cumprido todos os requisitos constitucionais. "Diziam que não iria acatar as assinaturas e ele acatou, que iria marcar só para depois do dia 19 e ele marcou para o dia 15. Agora, que quer adiar. Precisamos parar de ver fantasmas onde eles não existem", defendeu.
A Venezuela acaba de acertar sua entrada no Mercosul como país associado, apesar de não ter cumprido integralmente um dos requisitos: fechar um acordo de livre comércio. Para alguns, foi uma "colher-de-chá" para apoiar Chávez num momento interno difícil. Amorim, porém, disse que isso é um detalhe: "O acordo, na prática, está fechado. Só faltam pequenos acertos".
Ele disse que falou sete vezes com o chanceler venezuelano durante o encontro de cúpula do Mercosul, em Puerto Iguazú, Argentina, nesta semana. E, por causa da Venezuela, falou também duas vezes com o secretário americano Colin Powell, na recente visita presidencial aos EUA. "Como brasileiros, nossa responsabilidade aumenta muito", disse ele, sobre a questão venezuelana.


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