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Contra terror,
Sarkozy quer
mais câmeras
de vigilância
DO "LE MONDE"
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, determinou que o Ministério do Interior estude a
ampliação do número de câmeras de vigilância nos transportes coletivos, como forma de
prevenir o terrorismo.
Em entrevista ao "Journal du
Dimanche", Sarkozy disse estar
impressionado pela eficácia da
polícia britânica, que, em razão
das câmeras, localizou rapidamente os responsáveis pelas
tentativas de atentado terrorista em Londres e Glasgow.
Os franceses têm 1 milhão
desses aparelhos e não estão
tão bem equipados em caso de
necessidade de rápida identificação de suspeitos. A rede de vigilância britânica tem 4,2 milhões de câmeras.
A ministra francesa do Interior, Michèle Alliot-Marie, não
recebeu um prazo para a conclusão de seu estudo.
No Reino Unido, as câmeras
em circuito fechado, conhecidas pela sigla CCTV, estão instaladas em ruas movimentadas,
auto-estradas, trens, ônibus,
corredores do metrô, estádios
de esportes e shopping centers.
Um cidadão londrino pode ter
sua imagem captada até 300
vezes por dia.
Invasão da privacidade
Essa superexposição dos cidadãos aos sistemas de vigilância tem gerado controvérsias,
em razão da invasão do direito
de privacidade. A polícia britânica argumenta, no entanto,
que a legislação protege as pessoas contra eventuais abusos.
Na França, e logo da publicação da entrevista de Sarkozy, o
relatório anual da Comissão
Nacional de Informática e Liberdade lançou um alerta contra a ameaça às liberdades individuais. "A inovação tecnológica traz ao mesmo tempo progresso e perigos", afirma Alex
Türk, presidente da comissão.
Ele alerta para que "se evitem amardilhas, denunciem-se
ilusões e mitos" que se escondem por detrás da impressão
de que a vigilância eletrônica
apenas proporciona segurança
aos cidadãos.
Entre 2003 e 2006 as atividades de sua comissão foram
multiplicadas por seis, com
mais de 70 mil arquivos informáticos de abertura autorizada. Em 2006, ele recebeu pedidos de autorização para a instalação de 880 câmeras, contra
300 no ano anterior.
O sistema de videovigilância
se expandiu na França com a
Lei Pasqua, de 1995. A legislação proíbe a captação de imagens dentro de domicílios ou na
entrada de prédios residenciais. Excetuadas as imagens
retidas por inquéritos policiais,
todo o material deve ser destruído em 30 dias.
O Ministério do Interior reivindica na França uma mudança na lei que permita ampliar o
sistema e aumetar o prazo de
arquivamento. Há em Paris
300 câmeras nas ruas, de um
total de 30 mil nas vias expressas e estações de metrô. Em
Londres são 65 mil. Em 2005,
para combater o terror, o sistema francês foi incrementado.
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