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Por aliança, EUA e Rússia fazem troca de 14 presos
Operação foi realizada no aeroporto de Viena e durou cerca de uma hora
Acordo realizado 12 dias depois da revelação das prisões de dez agentes russos nos EUA mostra vontade política mútua
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O caso de espionagem que
ameaçou abalar as relações
entre EUA e Rússia teve seu
desfecho ontem com a maior
troca de presos desde o final
da Guerra Fria, evidenciando
vontade política dos ex-rivais
para superar as desavenças.
Numa operação de cerca
de uma hora, os dez supostos
espiões da Rússia presos nos
EUA no dia 27 de junho foram
trocados no aeroporto de Viena (Áustria) por quatro russos condenados por atuar para os serviços americanos.
As aeronaves aterrissaram
com poucos minutos de diferença e, depois da troca, alçaram voo em sequência para seus países de origem.
O avião russo chegou ainda ontem a Moscou, e os dez
suspeitos foram levados em
veículos do governo a lugar
não revelado. O avião americano retornou a Nova York.
Os filhos dos agentes russos também estavam sendo
transferidos à Rússia -ou o
serão dentro de alguns dias.
A operação, digna de acordos da Guerra Fria, foi viabilizada após os dez suspeitos
detidos nos EUA se dizerem,
na véspera, culpados da acusação de não se registrar como agentes externos no país.
A confissão coletiva numa
corte de Nova York, acordada
em negociações de alto escalão entre Moscou e Washington, foi seguida pela concessão de perdão aos quatro detidos russos pelo presidente
da Rússia, Dmitri Medvedev.
O caso teve início no dia 28
de junho, quando os EUA revelaram a detenção dos dez
russos e os acusaram de integrar rede de espionagem de
Moscou que tinha o objetivo
de se inserir em influentes esferas para obter informações.
Um 11º suspeito foi detido
em Chipre, mas foi solto sob
fiança e permanece foragido.
VONTADE POLÍTICA
A resolução sumária do caso, com potencial para desatar uma crise entre os ex-rivais, revela a disposição dos
países em não interromper o
bom momento das relações.
Segundo um funcionário
da Casa Branca, as negociações para o acordo de troca
começaram no dia 11 de junho, antes das prisões, e foram conduzidas pelo próprio
diretor da CIA (agência de inteligência americana), Leon
Panetta, com sua contraparte russa, Mikhail Y. Fradkov.
Fradkov dirige a SVR, a sucessora da agência soviética
KGB, que supostamente organizava a rede desbaratada.
A investigação sobre o esquema, ainda segundo o funcionário americano, era do
conhecimento do presidente
Barack Obama desde o início
do ano, que dias antes das
prisões recebeu Medvedev.
Desde o ano passado, EUA
e Rússia promovem um "recomeço" das relações bilaterais proposto por Obama logo ao assumir o cargo, e são
parceiros em temas que vão
desde o desarmamento nuclear até o impasse iraniano.
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