São Paulo, sábado, 10 de julho de 2010

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Casal Kirchner sofre nova acusação por salto em patrimônio

Desde que Néstor foi eleito presidente, há sete anos, bens do casal aumentaram 710%

GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

A presidente argentina, Cristina Kirchner, e seu marido e antecessor, Néstor, serão investigados novamente por enriquecimento ilícito. Será a quarta vez desde que chegaram ao poder, em 2003.
A última denúncia, entregue à Justiça anteontem, levanta suspeitas sobre negócios do ano de 2009, quando seu patrimônio saltou de US$ 11,5 milhões para US$ 14 milhões, segundo declaração de Cristina ao Escritório Anticorrupção do país.
A prosperidade dos Kirchner é regra desde que assumiram a Presidência. Quando Néstor foi eleito, há sete anos, eles tinham menos de US$ 2 milhões em bens e ativos. Desde então, aumentaram o patrimônio em 710%.
Os Kirchner dizem hoje ter US$ 3,5 milhões em imóveis. São 12 apartamentos, seis casas, seis terrenos e quatro pontos comerciais. O resto se resume a três empresas com ações avaliadas em US$ 5 milhões e depósitos bancários no mesmo valor. Devem pouco mais de US$ 1,2 milhão.
Desde que assumiram o poder, os dois foram envolvidos em uma série de escândalos em que a imprensa revelou indícios de corrupção.
Em um dos casos, Néstor comprou US$ 2 milhões em 2008, pouco antes de o dólar se valorizar. Opositores sustentam que ele contava com informações privilegiadas.
De 2005 a 2008, o casal teria ganho cerca de US$ 500 mil com variações cambiais.
Investimentos em hotéis de luxo que ambos construíram na cidade patagônica de Calafate também levantaram suspeita. O casal recebe valores bem maiores do que a cotação de mercado em contratos feitos entre amigos, segundo a oposição.
O enriquecimento, dizem as denúncias, também resulta da aquisição de terrenos públicos a preços irrisórios em Santa Cruz, onde Néstor nasceu e foi governador. Os terrenos acabaram vendidos a preços bem maiores.
Os Kirchner já foram acusados de enriquecimento ilícito pelo ano de 2008, mas acabaram inocentados por um juiz que acumula decisões polêmicas. Outras denúncias se referiam a negócios entre 2003 e 2007. Uma foi arquivada. Na outra, o casal foi inocentado.


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