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Casal Kirchner sofre nova acusação por salto em patrimônio
Desde que Néstor foi eleito presidente, há sete anos, bens do casal aumentaram 710%
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
A presidente argentina,
Cristina Kirchner, e seu marido e antecessor, Néstor, serão investigados novamente
por enriquecimento ilícito.
Será a quarta vez desde que
chegaram ao poder, em 2003.
A última denúncia, entregue à Justiça anteontem, levanta suspeitas sobre negócios do ano de 2009, quando
seu patrimônio saltou de US$
11,5 milhões para US$ 14 milhões, segundo declaração
de Cristina ao Escritório Anticorrupção do país.
A prosperidade dos Kirchner é regra desde que assumiram a Presidência. Quando Néstor foi eleito, há sete
anos, eles tinham menos de
US$ 2 milhões em bens e ativos. Desde então, aumentaram o patrimônio em 710%.
Os Kirchner dizem hoje ter
US$ 3,5 milhões em imóveis.
São 12 apartamentos, seis casas, seis terrenos e quatro
pontos comerciais. O resto se
resume a três empresas com
ações avaliadas em US$ 5 milhões e depósitos bancários
no mesmo valor. Devem pouco mais de US$ 1,2 milhão.
Desde que assumiram o
poder, os dois foram envolvidos em uma série de escândalos em que a imprensa revelou indícios de corrupção.
Em um dos casos, Néstor
comprou US$ 2 milhões em
2008, pouco antes de o dólar
se valorizar. Opositores sustentam que ele contava com
informações privilegiadas.
De 2005 a 2008, o casal teria ganho cerca de US$ 500
mil com variações cambiais.
Investimentos em hotéis
de luxo que ambos construíram na cidade patagônica de
Calafate também levantaram
suspeita. O casal recebe valores bem maiores do que a cotação de mercado em contratos feitos entre amigos, segundo a oposição.
O enriquecimento, dizem
as denúncias, também resulta da aquisição de terrenos
públicos a preços irrisórios
em Santa Cruz, onde Néstor
nasceu e foi governador. Os
terrenos acabaram vendidos
a preços bem maiores.
Os Kirchner já foram acusados de enriquecimento ilícito pelo ano de 2008, mas
acabaram inocentados por
um juiz que acumula decisões polêmicas. Outras denúncias se referiam a negócios entre 2003 e 2007. Uma
foi arquivada. Na outra, o casal foi inocentado.
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