São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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7.600 russos ficarão nos territórios autonomistas

DA REDAÇÃO

A Rússia anunciou ontem que manterá 7.600 militares na Ossétia do Sul e na Abkházia, territórios autonomistas que formalmente pertencem à Geórgia. A informação foi dada pelo ministro russo da Defesa, Anatoli Serdiukov, em encontro, transmitido pela TV, com o presidente Dmitri Medvedev.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou que os contingentes de seu país permanecerão naqueles territórios "por um futuro a perder de vista".
A Rússia se comprometeu anteontem a retirar dentro de um mês os militares que hoje ocupam a Geórgia. Foi um dos pontos de complementação do cessar-fogo, após o conflito de seis dias em agosto. Nesse novo documento, Moscou abre mão de manter uma zona-tampão nas divisas georgianas com os territórios separatistas, onde se instalarão equipes internacionais de monitoramento.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, considerou positiva a retirada dos russos e disse que o Kremlin deve cumprir todos os acordos que possam pôr fim à atual crise.
Pelo novo documento, com o qual concordou o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, é reconhecido o direito à Rússia de manter militares nos dois territórios -cuja independência o Kremlin unilateralmente reconheceu e que já estavam por acordos internacionais sob sua tutela, desde 1992.
O texto de anteontem não impõe limites ao número de militares russos a ser mantido na Abkházia e na Ossétia do Sul. Nesta última, antes do conflito a Rússia tinha só 500 soldados. Eles serão agora 3.800.
Segundo o "New York Times", Washington decidiu não mais tomar medidas concretas para punir a Rússia em razão da crise do Cáucaso, por acreditar que seriam pequenos os efeitos de decisões unilaterais.

Europa e Ucrânia
Encontro ontem em Paris entre dirigentes da União Européia e uma delegação da Ucrânia fixou para 2009 a assinatura de "um acordo de associação" entre Kiev e o bloco de 27 países, sem no entanto prever data para que ela se torne Estado-membro. Os ucranianos se sentem ameaçados pela Rússia, por terem também territórios autonomistas.


Com agências internacionais


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