São Paulo, quinta-feira, 10 de setembro de 2009

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Lula diz que não aceitará eleições hondurenhas

"Golpistas precisam entender que vontade popular é soberana", afirma ele, ao lado de colega salvadorenho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o Brasil não reconhecerá as eleições de 29 de novembro em Honduras, "conduzidas pelo atraso e autoritarismo".
Em discurso no Itamaraty durante a visita do presidente de El Salvador, Maurício Funes, Lula disse que "a América Latina aprendeu, a duras penas, que só alcançaremos a paz e o progresso por meio de diálogo, tolerância e muito respeito pelas nossas diferenças".
"Por essa razão, o golpe de Estado em Honduras é um retrocesso inaceitável. Devemos repudiá-lo incondicionalmente e exigir o retorno do presidente Manuel Zelaya às funções constitucionais para as quais o povo hondurenho o elegeu. Os golpistas precisam entender que a vontade popular é soberana em nosso continente."
Lula citou as medidas tomadas pelo Brasil -a retirada do embaixador, a interrupção dos projetos de cooperação e a suspensão de isenção de vistos a hondurenhos. "O Brasil, o Mercosul, a Unasul [União de Nações Sul-Americanas] e a OEA [Organização dos Estados Americanos] estão unidos em torno desse compromisso [de não aceitar as eleições se realizadas sob os golpistas]".
Ele também elogiou as medidas do presidente dos EUA, Barack Obama, contra os golpistas. "[Elas] sinalizam que os EUA se juntaram ao consenso político regional e mundial."
Na semana passada, os EUA soltaram declaração em que afirmam que, "neste momento", não poderiam apoiar o resultado das eleições presidenciais. Isso depois de Óscar Arias (presidente da Costa Rica), designado negociador do conflito em Honduras, ter dito à Folha que o resultado poderia ser reconhecido mesmo sem a volta de Zelaya ao poder, caso isso resolvesse a crise atual.
No comunicado conjunto de El Salvador e Brasil, distribuído ontem, Lula manifesta seu "pleno respaldo" ao pedido de empréstimo ao BNDES para que o país reformule o sistema de transporte urbano. O comunicado não fala em cifras mas, em entrevista à Folha anteontem, Funes disse que o financiamento seria equivalente a US$ 800 milhões.


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