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VIOLÊNCIA
Relatório ONGs, que lançam campanha por controle, estima que 500 mil pessoas são mortas por ano no mundo
Arma de fogo mata 1 por minuto, diz estudo
DA REDAÇÃO
Cerca de 500 mil pessoas são
mortas por armas leves de fogo a
cada ano no mundo, ou uma por
minuto, segundo estudo divulgado ontem. O número foi considerado tão alarmante ao ponto de
uma das envolvidas no trabalho
dizer que são "as verdadeiras armas de destruição em massa".
Esse dado está no relatório da
Anistia Internacional, da Oxfam e
da Rede Internacional de Ação
contra Armas Leves, que lançaram uma campanha em mais de
50 países, incluindo o Brasil, com
o objetivo de controlar o que acreditam ser um comércio global de
armas perigosamente fora de
controle e que, com frequência,
abastece governos repressores,
organizações que desrespeitam os
direitos humanos e criminosos.
"Governos preocupados com as
armas nucleares, biológicas e químicas na luta contra o terrorismo
têm ignorado as verdadeiras armas de destruição em massa: as
de pequeno porte", afirmou Rebecca Peters, da Rede Internacional de Ação contra Armas Leves.
Para fazendeiros em Uganda, os
rifles AK-47 estão substituindo
lanças. Na Somália, as armas são
tão comuns que crianças recebem
nomes como "Uzi" e "AK". E, em
alguns países, como o Iraque, há
mais de uma arma por pessoa.
Intitulado "Vidas Despedaçadas", o estudo afirma que a posse
de armas cada vez mais letais está
se tornando uma parte integrante
do cotidiano em muitos lugares
do mundo. Também avalia que a
chamada guerra ao terror, liderada pelos EUA depois dos atentados de 11 de setembro de 2001,
tem "incentivado a proliferação
de armas em vez de priorizar a
vontade política de controlá-las".
Um número crescente de armas
está sendo exportado, especialmente pelos EUA e pelo Reino
Unido, para novos aliados como o
Paquistão, a Indonésia e as Filipinas, apesar de preocupações com
relação a abusos dos direitos humanos e à pobreza endêmica nesses países, segundo o relatório.
Irene Khan, secretária-geral da
Anistia, disse: "Todos os anos,
centenas de milhares de pessoas
são assassinadas, torturadas, estupradas e deslocadas de suas casas por causa do mau uso de armas. Com a guerra ao terror dominando a agenda internacional,
deveria haver um interesse renovado no controle de armas".
A campanha "Controle as Armas", também lançada ontem pelas três entidades, se concentra
em buscar um novo acordo internacional sobre a propagação de
armamentos, além de medidas
regionais para limitar o acesso e a
utilização. Foi iniciado um abaixo-assinado pró-acordo com a
meta de obter a participação de 1
milhão de pessoas. A expectativa
é que esteja adotado pelos países-membros da ONU em 2006.
Os atuais controles dos governos são considerados frouxos.
Com isso, são estimulados os conflitos e a violência, da qual as principais vítimas são os mais pobres.
Segundo o estudo, mais de 630
milhões de armas leves estão em
circulação no mundo, o que dá a
média de 1 para cada 10 pessoas.
Cerca de 70% estão com civis, e
200 milhões delas, nos EUA.
Na Colômbia, em guerra civil há
quase 40 anos e com o maior índice de homicídios no mundo, 85%
dos assassinatos são com armas
leves. Na Venezuela, outro foco de
tensão na América Latina, mais
de 50 pessoas morrem por fim de
semana na região de Caracas.
Com agências internacionais
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