São Paulo, sábado, 10 de outubro de 2009

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Carro-bomba mata ao menos 49 pessoas no norte paquistanês

Nenhum grupo assumiu responsabilidade pelo ataque em Peshawar, o mais mortal a atingir o país nos últimos meses

Ministro do Interior afirma, no entanto, que os indícios apontam para radicais do Taleban e defende ofensiva contra fortaleza do grupo


DA REDAÇÃO

A explosão de um carro-bomba nas proximidades de um movimentado mercado na cidade de Peshawar, no norte do Paquistão, deixou ontem ao menos 49 pessoas mortas e mais de cem feridas. O ataque foi o mais mortal realizado no país nos últimos seis meses.
O chefe da polícia local, Liaqat Ali Khan, disse que um suicida detonou uma grande quantidade de explosivos, colocada no carro que dirigia, quando estava próximo de um ônibus que, com a força da explosão, foi lançado ao ar. Outros veículos foram destruídos.
O atentado ocorreu quatro dias após um homem disfarçado de soldado ter detonado explosivos na sede do Programa Alimentar Mundial da ONU em Islamabad, matando cinco pessoas, e duas semanas depois de uma outra explosão em Peshawar ter causado 11 mortes.
Em um comunicado, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, condenou o ataque e assegurou que os responsáveis não ficarão livres. Já o primeiro-ministro Yusuf Raza Guilani, que classificou os extremistas como os "maiores inimigos do país", afirmou que as autoridades não pouparão esforços na luta antiterrorismo.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque de ontem, e não havia indícios sobre qual seria o objetivo da ação. Os insurgentes geralmente atacam alvos governamentais, militares ou ocidentais, mas já fizeram explosões em locais públicos antes.
No entanto, o ministro do Interior, Rehman Malik, disse que "todos os caminhos levam para o Waziristão do Sul", região do país localizada na fronteira com o Afeganistão e considerada o bastião do grupo radical islâmico Taleban.
"Uma coisa é clara, esses assassinos contratados chamados Taleban precisam ser tratados com mais severidade. Acreditamos que não há nenhuma outra opção que não seja realizar uma operação no Waziristão do Sul", disse.
Washington pressiona o governo de Islamabad a fechar o cerco contra os insurgentes, acusados de usar o Paquistão para organizar e lançar ataques contra território afegão. Há meses autoridades paquistanesas têm dado sinais de que planejam uma nova operação no Waziristão do Sul, mas ainda não foi especificada uma data para que ela tenha início.
A região já foi palco de três operações desde 2001; em todas elas, os soldados foram forçados a recuar após encontrar grande resistência. No último ano, os militares não realizaram nenhuma incursão por terra, mas ataques com mísseis americanos e morteiros paquistaneses são frequentes.
Em um desses ataques, o então chefe do Taleban paquistanês, Baitullah Mehsud, foi morto. O grupo radical nomeou então um novo líder, Hakimullah Mehsud, que ameaçou realizar novos ataques e disse que seus homens estão preparados para reagir a qualquer ofensiva feita no Waziristão do Sul. Na área vivem tribos da etnia pashtun, fortemente armadas e que são hostis a grupos externos, incluindo o Exército.

Com agências internacionais



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