|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Carro-bomba mata ao menos 49 pessoas no norte paquistanês
Nenhum grupo assumiu responsabilidade pelo ataque em Peshawar, o mais mortal a atingir o país nos últimos meses
Ministro do Interior afirma, no entanto, que os indícios apontam para radicais do Taleban e defende ofensiva contra fortaleza do grupo
DA REDAÇÃO
A explosão de um carro-bomba nas proximidades de
um movimentado mercado na
cidade de Peshawar, no norte
do Paquistão, deixou ontem ao
menos 49 pessoas mortas e
mais de cem feridas. O ataque
foi o mais mortal realizado no
país nos últimos seis meses.
O chefe da polícia local, Liaqat Ali Khan, disse que um suicida detonou uma grande
quantidade de explosivos, colocada no carro que dirigia, quando estava próximo de um ônibus que, com a força da explosão, foi lançado ao ar. Outros
veículos foram destruídos.
O atentado ocorreu quatro
dias após um homem disfarçado de soldado ter detonado explosivos na sede do Programa
Alimentar Mundial da ONU em
Islamabad, matando cinco pessoas, e duas semanas depois de
uma outra explosão em Peshawar ter causado 11 mortes.
Em um comunicado, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, condenou o ataque e assegurou que os responsáveis não
ficarão livres. Já o primeiro-ministro Yusuf Raza Guilani,
que classificou os extremistas
como os "maiores inimigos do
país", afirmou que as autoridades não pouparão esforços na
luta antiterrorismo.
Nenhum grupo assumiu a
responsabilidade pelo ataque
de ontem, e não havia indícios
sobre qual seria o objetivo da
ação. Os insurgentes geralmente atacam alvos governamentais, militares ou ocidentais,
mas já fizeram explosões em locais públicos antes.
No entanto, o ministro do Interior, Rehman Malik, disse
que "todos os caminhos levam
para o Waziristão do Sul", região do país localizada na fronteira com o Afeganistão e considerada o bastião do grupo radical islâmico Taleban.
"Uma coisa é clara, esses assassinos contratados chamados Taleban precisam ser tratados com mais severidade. Acreditamos que não há nenhuma
outra opção que não seja realizar uma operação no Waziristão do Sul", disse.
Washington pressiona o governo de Islamabad a fechar o
cerco contra os insurgentes,
acusados de usar o Paquistão
para organizar e lançar ataques
contra território afegão. Há
meses autoridades paquistanesas têm dado sinais de que planejam uma nova operação no
Waziristão do Sul, mas ainda
não foi especificada uma data
para que ela tenha início.
A região já foi palco de três
operações desde 2001; em todas elas, os soldados foram forçados a recuar após encontrar
grande resistência. No último
ano, os militares não realizaram nenhuma incursão por terra, mas ataques com mísseis
americanos e morteiros paquistaneses são frequentes.
Em um desses ataques, o então chefe do Taleban paquistanês, Baitullah Mehsud, foi morto. O grupo radical nomeou então um novo líder, Hakimullah
Mehsud, que ameaçou realizar
novos ataques e disse que seus
homens estão preparados para
reagir a qualquer ofensiva feita
no Waziristão do Sul. Na área
vivem tribos da etnia pashtun,
fortemente armadas e que são
hostis a grupos externos, incluindo o Exército.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Para Brasil, consenso em Honduras é "difícil" Índice
|