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Para Berlusconi, fim de imunidade não mina aptidão para governar
Premiê, que pode ser chamado a depor em processo de corrupção que o envolve, repele hipótese de renunciar
DA REDAÇÃO
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, disse ontem que a potencial reabertura de processos
contra ele na Justiça não prejudicará sua capacidade de governar e se considerou a pessoa
"mais processada da história".
Ele é acusado de ter pago
580 mil ao advogado britânico
David Mills, em 1997, para que
este prestasse falso depoimento de forma a proteger os negócios do premiê -que nega.
Mills fora condenado em fevereiro a quatro anos e meio de
prisão por corrupção, e o julgamento de sua apelação começou ontem. A defesa de Mills
pediu à corte que autorizasse o
testemunho de Berlusconi.
Niccolo Ghedini, advogado do
premiê, afirmou que Berlusconi deporia se essa fosse a ordem da Justiça.
O processo, no que tange às
acusações ao premiê, estava
trancado por uma lei de imunidade que o beneficiava. Mas a
norma foi derrubada na quarta-feira pelo Tribunal Constitucional, no pior revés do atual
mandato de Berlusconi.
"Melhor para a Itália"
O premiê descartou ontem a
possibilidade de renunciar e se
considerou "o melhor primeiro-ministro" para a Itália -no
momento em que alguns jornais italianos de oposição e estrangeiros pedem sua cabeça e
que comentaristas dizem que a
tensão política pode desencadear problemas econômicos. A
Itália, terceira maior economia
da zona do euro, luta para se recuperar da mais forte recessão
desde a Segunda Guerra.
O premiê conservador é alvo
de quatro processos -além do
caso de corrupção, é acusado de
suborno a um juiz em uma disputa judicial envolvendo a Fininvest (empresa controlada
por ele); de ter oferecido propina a senadores para montar
uma coalizão, em 2007; e de
fraude contábil em seu conglomerado midiático, o Mediaset.
Berlusconi, que também tem
seu nome envolvido em um escândalo sexual, rejeita todas as
acusações, mas o fim de sua
imunidade pode levar à reabertura desses casos.
O premiê disse que a "perseguição" por parte de magistrados "alinhados à esquerda" o
obrigou a gastar " 200 milhões em assessoria e em juízes", lapso que foi imediatamente corrigido após o alerta
de um ministro: "assessoria e
advogados".
Com agências internacionais
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