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Presidenciável favorito prega união nacional
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A TEGUCIGALPA
São grandes as chances de
que a tarefa de reconquistar
o respeito internacional de
Honduras fique nas mãos do
próximo presidente eleito.
Mesmo assim, Porfirio Lobo
Sosa, o Pepe, grande favorito
para as eleições de 29 de novembro, não perde o bom
humor -nem o apetite.
Sentado à mesa de café da
manhã em uma agradável varanda do casarão situado nos
arredores da capital Tegucigalpa, o líder do Partido Nacional (direita) conversa animadamente sobre o futuro
do país enquanto come feijões, bacon e salsichas de
Olancho, sua terra natal. Há
figuras de santos e anjos por
todas as partes.
"Não há outra luta que não
a busca da unidade nacional", afirma o empresário,
representante da terceira geração de produtores rurais.
Pepe é o maior interessado
em uma solução rápida e pacífica para a crise política e
institucional do país.
Ele sabe como pode ser difícil normalizar as relações
hondurenhas e os investimentos estrangeiros caso
não haja reconhecimento
das eleições -como ameaçado por lideranças internacionais para um pleito realizado
sob o governo interino responsável pelo golpe.
Nas últimas semanas, tem
mantido reuniões com empresários, políticos, a igreja,
diplomatas e missões internacionais. A todos, pede
apoio para que as eleições sejam justas e tranquilas. "Que
mandem todos os observadores do mundo", solicita.
Sobre a volta ou não de Zelaya, Pepe evita opinar. Diz
que sofre pressões diárias
para escolher um lado, mas
não o fará "nem que o massacrem". Segundo ele, Zelaya
enfrentou empresários, juízes, igrejas. "Você não tem
ideia de como sofremos com
Mel [apelido do presidente
deposto]", diz ele, para logo
em seguida censurar a forma
como Zelaya foi expulso do
país. "Creia em mim. Aqui,
todos pecamos."
A única proposta que ataca, deixando de lado a diplomacia, é o adiamento das
eleições. "Isso não é decisão
de governo. O processo cabe
a um tribunal eleitoral independente", diz.
Ao ser indagado a respeito
do projeto de governo, Pepe
afirma que terá de ser um
plano de unidade nacional.
Como boa parte da elite do
país, Pepe se graduou nos
EUA. Agora, promete investir em educação. "Quatro em
cada cinco famílias rurais
não têm nada."
Em seguida, fala que quer
mexer nas isenções fiscais.
Segundo ele, Honduras é o
país da América Central com
maior índice de isenção a
empresários. "A festa vai acabar", promete ele.
Falando novamente sobre
a crise, Pepe diz que o que
importa é que em três meses
tanto Micheletti quanto Zelaya serão passado. "É um
problema sem futuro."
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