São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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Memorando diz ser legal morte de americano

Documento do governo dos EUA ampara ação que assassinou dirigente da Al Qaeda no Iêmen

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um memorando produzido em 2010 pelo departamento de Justiça dos EUA deu base legal à administração Barack Obama para matar o cidadão americano Anwar al Awlaki, clérigo radical e dirigente do braço da Al Qaeda no Iêmen.
As informações são do jornal "New York Times", que teve acesso ao conteúdo do texto, de 50 páginas. Awlaki foi morto num ataque com avião não tripulado coordenado pela CIA (agência de inteligência dos EUA) no Iêmen, no último dia 30.
Obama disse que não daria detalhes sobre a operação e não reconheceu o papel da Casa Branca no ataque. Awlaki era investigado nos EUA por ligação com atentados terroristas. Seu assassinato reacendeu o debate sobre o direito do Estado de matar um cidadão americano sem julgamento.
O memorando, segundo o "New York Times", foi rigorosamente construído para as particularidades do caso de Awlaki. A intenção era não estabelecer uma nova doutrina que permitisse matar qualquer americano suspeito de ser uma ameaça terrorista.
No texto, a justificativa da legalidade do assassinato de Awlaki é amparada pela declaração das agências de inteligência de que ele participava de uma guerra entre os Estados Unidos e a Al Qaeda, que representava grande ameaça aos americanos e que as autoridades do Iêmen se mostraram incapazes ou relutantes em capturá-lo.

PROTESTOS
Ontem, em Sanaa, capital do Iêmen, manifestantes pró-democracia permaneciam acampados na área da cidade que denominam Praça da Mudança, protestando.
Os protestos contra a ditadura de Ali Saleh, que está no poder desde 1978, têm paralisado o país, enfraquecido o controle do governo sobre áreas importantes e provocando o temor de que a Al Qaeda use a revolta para expandir sua presença na rota do petróleo do mar Vermelho.
O anúncio feito por Saleh no sábado de que deixará o poder "nos próximos dias" foi recebido pela oposição iemenita como uma jogada para esvaziar manifestação do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no país, aguardada para breve.
Ontem, o vice-ministro da Informação do Iêmen, Abdu Janadi, disse que a saída de Saleh depende de um acordo que ainda não foi assinado.


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