São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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Conflito entre polícia e cristãos coptas no Cairo deixa 23 mortos

Minoria protesta contra a depredação de uma igreja em Assuã, na semana passada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Egito foi palco, ontem, de um novo episódio de violento conflito sectário. Cristãos coptas -ortodoxia cristã que compõe aproximadamente 10% da população do Egito- se enfrentaram com a polícia militar no Cairo. Ao menos 23 morreram.
Alguns dos milhares de manifestantes que tomaram as ruas da cidade carregavam cruzes e imagens de Jesus Cristo, segundo relatos.
Cristãos protestam contra o ataque a uma igreja, na semana passada. Eles atiraram pedras e puseram fogo em veículos, em uma das manifestações mais violentas desde as revoltas que derrubaram o ditador egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro.
Centenas voltaram à praça Tahrir, foco das manifestações do início deste ano, e pediram a saída do conselho militar que lidera o Egito desde a queda do antigo líder.
O Exército conteve, com violência, os protestos. A rede estatal de televisão afirma que ao menos 174 ficaram feridos, sem especificar, porém, quantos desses eram civis.
Ativistas acusam as forças militares de ter atropelado manifestantes, comparando a repressão com aquela praticada pelo regime deposto.

ATRITO
A tensão entre cristãos e muçulmanos tem escalado desde o início do ano.
Coptas culpam muçulmanos radicais pela depredação de uma igreja na província de Assuã, na semana passada.
Os cristãos pedem que Mostafa al Sayed, governador da província, seja deposto por não ter conseguido proteger a construção religiosa.
Em maio deste ano, 12 pessoas morreram em conflitos sectários entre cristãos e muçulmanos, após rumores de que um grupo copta detinha uma mulher que havia se convertido ao islamismo.
O episódio levou a junta militar a criar novas leis para criminalizar a violência entre credos e relaxar as restrições à construção de igrejas.
O primeiro-ministro Essam Sharaf afirmou, ontem, ter acionado a segurança e autoridades da igreja para controlar a situação. Sharaf convocou também um comitê ministerial de emergência para avaliar as causas e as consequências dos atos que provocaram os distúrbios.
Centenas de cristãos protestaram ontem também na cidade de Alexandria. Em alguns bairros do Cairo foi decretado toque de recolher.


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