São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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Ligado a Israel, Amã é também aliado dos EUA

DA REDAÇÃO

Poupada até então de atentados, a Jordânia encerra um paradoxo delicado: é um dos raros países a se aliar aos EUA e manter relações com Israel no mundo islâmico e onde o apoio ao terrorismo tem seu índice mais elevado.
Uma pesquisa feita em julho último pelo instituto americano Pew em países muçulmanos mostrou que entre seus 5,7 milhões de habitantes o apoio ao terror é de 57% -e cresceu 14 pontos em três anos, algo inédito na região.
E 60% dos jordanianos se dizem simpáticos a Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda.
O país é também o berço de Abu Musab al Zarqawi, chefe da Al Qaeda no Iraque e provável mentor dos atentados que, segundo estimativas americanas, mataram ou feriram seriamente 26 mil civis iraquianos desde 2004. "Zarqawi" significa "homem de Zarqa", cidade nos arredores de Amã.
Ainda assim os EUA têm no rei Abdullah 2º um de seus principais aliados árabes na região, junto dos governos saudita e paquistanês, e um colaborador em sua guerra contra o terror -embora especialistas citem a Jordânia como celeiro terrorista.
Amã também é um dos únicos países islâmicos a manter relações diplomáticas com Israel (os outros são Egito e Mauritânia). O hotel Radisson, atingido ontem, é muito popular entre israelenses.
Com boas relações com os vizinhos (inclusive o Iraque), a Jordânia era quase um oásis na turbulenta região. Recentemente, a calma só se rompeu em 19 de agosto, quando três mísseis foram disparados de seu território contra navios dos EUA no mar Vermelho.
O governo acusou a Al Qaeda pelo ataque, que não foi bem-sucedido: os projéteis não atingiram o barco, mas um matou um soldado jordaniano.


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