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IRAQUE SOB TUTELA
Vice-premiê iraquiano se encontra com Rice em Washington; democratas protestam
Visita de Chalabi aos EUA atrai duras críticas
DA REDAÇÃO
O vice-premiê do Iraque, Ahmad Chalabi, encontrou-se ontem, em Washington, com a secretária de Estado, Condoleezza
Rice. Sua visita provocou controvérsia nos EUA, pois ele é considerado responsável pelas informações falsas sobre as supostas
armas de destruição em massa do
regime de Saddam Hussein que,
em grande parte, serviram de justificativa para a invasão do Iraque.
Autoridades americanas afirmaram que lhe deram o tratamento reservado a pessoas de seu
nível. "Ele é um membro eleito do
governo iraquiano e responsável
por uma pasta que inclui políticas
econômicas, serviços essenciais,
infra-estrutura e Orçamento. Ele
se reunirá com seus colegas dessas áreas", disse Scott McClellan,
porta-voz da Casa Branca.
O vice-premiê iraquiano, que
também responde pelo setor do
petróleo, ainda terá encontros
com o vice-presidente Dick Cheney e com o assessor para Segurança Nacional, Stephen Hadley.
O vice-premiê foi evasivo quando o tema das informações falsas
foi abordado por jornalistas. "É
sempre mais importante olhar
para o futuro do que para o passado", afirmou o vice-premiê iraquiano. Embora o tenha recebido
no Departamento de Estado, Rice
não deu entrevista a seu lado.
Um senador e um deputado democratas pediram à Comissão de
Inteligência do Senado que chamasse Chalabi a depor no âmbito
da investigação sobre as informações usadas pela CIA antes da
guerra. O vice-premiê iraquiano
disse que poderia fazê-lo.
"Aqui está o homem que vendeu nossos segredos ao inimigo, o
Irã, e pôs soldados americanos
em perigo. E onde está ele hoje?
Ora, está sendo paparicado pelo
governo", afirmou o senador Richard Durbin. Chalabi nega ter
passado informações ao Irã.
No último final de semana, Chalabi visitou o Irã, o que também
foi malvisto nos EUA. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, declarou, às vésperas do referendo sobre a Constituição iraquiana, em outubro, que o Irã seria o grande vencedor, visto que a
votação consolidaria o poder dos
xiitas no país vizinho.
Advogados de Saddam
Os advogados do ex-ditador
Saddam Hussein e seus assessores
romperam ontem todos os contatos com o tribunal que o julga e
disseram que não comparecerão
à audiência marcada para 28 de
novembro próximo se não lhes
derem garantias de segurança.
Dois dos advogados que trabalhavam no caso de Saddam, embora defendessem outros acusados, já foram assassinados -o último deles anteontem. Com isso,
os advogados, que, há meses, pleiteiam que o julgamento seja realizado no exterior, disseram não
haver condições de segurança para a continuidade do caso.
O juiz afirmou que estava analisando a situação. Mas o premiê
Ibrahim al Jaafari disse que não
mudará o lugar do julgamento e
indicou que os assassinatos podem ter sido cometidos por aliados de Saddam.
Com agências internacionais
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