DO "MONDE"

Às vésperas da reunião entre israelenses e palestinos marcada para o fim deste mês em Annapolis (Maryland), nos Estados Unidos, a colonização da Cisjordânia continua. De acordo com um relatório da ONG israelense Paz Agora, de 7 de novembro, o total de colônias é de 131.
Delas, 88 se localizam a oeste da "barreira de segurança" construída por Israel em terras palestinas, entre as quais grandes blocos na periferia de Jerusalém; há 43 assentamentos a leste do muro. O relatório acrescenta que, nas 34 colônias não licenciadas que Israel se comprometeu a remover, há obras em curso. Com números oficiais do serviço central de estatísticas israelense, a Paz Agora estima que 267,5 mil israelenses vivam nas colônias (excluídos os moradores das áreas colonizadas a leste de Jerusalém) e que o número de moradores cresce em ritmo anual de 5,8%, ante um ritmo de crescimento populacional de 1,8% para Israel.
Isso aponta que não existe crescimento "natural" no número de moradores das colônias, como alega o governo de Israel, mas uma verdadeira "migração" em direção à Cisjordânia. "Se isso continuar, não existirá mais Estado palestino, mas um Estado de colonos", disse Yariv Oppenheimer, secretário geral da organização. Na prática, com a passagem do tempo a área disponível da Cisjordânia vem sendo cada vez mais erodida pela colonização, o que torna cada vez mais improvável a criação de um Estado palestino, o objetivo natural do processo que será reiniciado com a reunião de Annapolis.