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EUA libertam iranianos presos no Iraque, dois deles da Força Quds
Gesto pode estar ligado a diminuição de fluxo de armas para a insurgência
DA REDAÇÃO
Os EUA libertaram ontem
nove iranianos que estavam
sob sua custódia no Iraque.
Não mais considerados uma
ameaça, segundo justificaram
autoridades americanas, os nove já haviam chegado na noite
de ontem a Teerã.
Entre o grupo de libertos estão dois iranianos presos em janeiro deste ano, na cidade iraquiana de Irbil, na região semi-autônoma curda.
No episódio, que então colaborou para piorar as relações
entre Washington e Teerã, comandos americanos invadiram
um suposto escritório diplomático do Irã e detiveram cinco
iranianos. Os cinco, que segundo os EUA pertenciam à Força
Quds, divisão especial da Guarda Revolucionária iraniana, foram acusados pelos americanos de treinar e municiar insurgentes xiitas atuando no
Iraque. Teerã sempre sustentou que eles eram somente diplomatas.
O escritório invadido permaneceu fechado até terça-feira
passada, quando reabriu como
consulado iraniano.
"Nós sempre dissemos que
eles eram inocentes; agora os
militares americanos o confirmaram", declarou um porta-voz da Chancelaria iraniana.
Recentemente os EUA impuseram sanções unilaterais contra a Força Quds, impedindo
pessoas e instituições americanas de fazerem negócios com
seus membros.
Diálogo
A libertação dos nove iranianos, que se segue à soltura de
cerca de 500 prisioneiros iraquianos, pode indicar um respiro nas relações conflituosas entre Washington e Teerã, ao menos no que concerne à política
para o Iraque -outro entrevero é o programa nuclear iraniano, que os EUA dizem visar a
produção de uma bomba.
"Esperamos que essa libertação [dos nove iranianos] ajude
a dar início a um diálogo sério
entre o Irã e os EUA, de modo a
que atenda aos interesses do
Iraque e de todo mundo", disse
Al Dabbagh, porta-voz do governo iraquiano.
Representantes dos EUA e
do Irã já tiveram neste ano duas
rodadas de três reuniões cada
uma sobre a situação do Iraque,
mas nada de significativo foi
acordado.
Militares americanos têm
afirmado recentemente que
autoridades iranianas parecem
estar dispostas a conter o fluxo
de armas para grupos insurgentes iraquianos.
Na semana passada, o segundo homem no comando das
Forças Armadas americanas no
Iraque, general Ray Odierno,
declarou ter havido uma queda
considerável na quantidade de
bombas antiblindado encontradas no país nos últimos três
meses.
No entanto, o almirante Gregory Smith, porta-voz do comando militar dos EUA no Iraque, ressaltou que a libertação
dos iranianos não está ligada a
um suposto empenho de Teerã
em impedir que armas cheguem aos xiitas iraquianos.
Com o "New York Times" e agências internacionais
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