São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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EUA libertam iranianos presos no Iraque, dois deles da Força Quds

Gesto pode estar ligado a diminuição de fluxo de armas para a insurgência

DA REDAÇÃO

Os EUA libertaram ontem nove iranianos que estavam sob sua custódia no Iraque.
Não mais considerados uma ameaça, segundo justificaram autoridades americanas, os nove já haviam chegado na noite de ontem a Teerã.
Entre o grupo de libertos estão dois iranianos presos em janeiro deste ano, na cidade iraquiana de Irbil, na região semi-autônoma curda.
No episódio, que então colaborou para piorar as relações entre Washington e Teerã, comandos americanos invadiram um suposto escritório diplomático do Irã e detiveram cinco iranianos. Os cinco, que segundo os EUA pertenciam à Força Quds, divisão especial da Guarda Revolucionária iraniana, foram acusados pelos americanos de treinar e municiar insurgentes xiitas atuando no Iraque. Teerã sempre sustentou que eles eram somente diplomatas.
O escritório invadido permaneceu fechado até terça-feira passada, quando reabriu como consulado iraniano.
"Nós sempre dissemos que eles eram inocentes; agora os militares americanos o confirmaram", declarou um porta-voz da Chancelaria iraniana.
Recentemente os EUA impuseram sanções unilaterais contra a Força Quds, impedindo pessoas e instituições americanas de fazerem negócios com seus membros.

Diálogo
A libertação dos nove iranianos, que se segue à soltura de cerca de 500 prisioneiros iraquianos, pode indicar um respiro nas relações conflituosas entre Washington e Teerã, ao menos no que concerne à política para o Iraque -outro entrevero é o programa nuclear iraniano, que os EUA dizem visar a produção de uma bomba.
"Esperamos que essa libertação [dos nove iranianos] ajude a dar início a um diálogo sério entre o Irã e os EUA, de modo a que atenda aos interesses do Iraque e de todo mundo", disse Al Dabbagh, porta-voz do governo iraquiano.
Representantes dos EUA e do Irã já tiveram neste ano duas rodadas de três reuniões cada uma sobre a situação do Iraque, mas nada de significativo foi acordado.
Militares americanos têm afirmado recentemente que autoridades iranianas parecem estar dispostas a conter o fluxo de armas para grupos insurgentes iraquianos.
Na semana passada, o segundo homem no comando das Forças Armadas americanas no Iraque, general Ray Odierno, declarou ter havido uma queda considerável na quantidade de bombas antiblindado encontradas no país nos últimos três meses.
No entanto, o almirante Gregory Smith, porta-voz do comando militar dos EUA no Iraque, ressaltou que a libertação dos iranianos não está ligada a um suposto empenho de Teerã em impedir que armas cheguem aos xiitas iraquianos.


Com o "New York Times" e agências internacionais


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