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Líder golpista de Honduras exorta OEA a apoiar eleição
Para deposto, Micheletti quer ceder cargo a "testa de ferro"
DA REDAÇÃO
O presidente do governo interino de Honduras, Roberto
Micheletti, que anunciou na semana passada unilateralmente
a criação de um "governo de
unidade e reconciliação", pediu
ontem à comunidade internacional apoio à eleição prevista
para o dia 29 de novembro.
Na última sexta, o presidente
deposto, Manuel Zelaya -desde 21 de setembro na Embaixada do Brasil-, anunciou o rompimento do acordo firmado em
30 de outubro sob mediação
dos EUA. A medida foi uma retaliação à decisão de Micheletti
de não consultá-lo para a formação do novo governo no prazo-limite estipulado pelo texto.
Em comunicado por rádio e
TV, Micheletti disse "respeitosamente solicitar" à OEA (Organização dos Estados Americanos) a validação do pleito e,
em carta ao secretário-geral,
José Miguel Insulza, pediu o
envio de observadores. A OEA
marcou para hoje reunião a fim
de tratar do impasse na crise.
O líder golpista atribuiu ainda a Zelaya a responsabilidade
pelo fracasso do pacto firmado.
"Zelaya atua como vítima,
quando na realidade o seu papel é o de carrasco [do acordo]
com o seu comportamento errático", disse Micheletti. Já Zelaya afirmou que o líder golpista planeja renunciar em prol de
um "testa de ferro" que dê legitimidade à eleição.
O presidente deposto acusa o
golpista de promover "medidas
dilatórias" para evitar sua restituição, pendente da aprovação
do Congresso -em votação
sem data marcada-, conforme
o acordo mediado pelos EUA.
Ontem, o governo Micheletti
exortou o Legislativo hondurenho a pronunciar-se "o mais rápido possível" sobre a restituição ou não de Zelaya, mas disse
não poder impor prazo à Casa.
Também ontem, o candidato
Carlos Reyes (esquerda) anunciou a desistência de concorrer
ao pleito para não "legitimar" o
golpe. Para ele, "já passou" o
tempo para a volta de Zelaya.
Com agências internacionais
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