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Netanyahu reage a crítica dos
EUA sobre novos assentamentos
Israel quer construir 1.300 unidades habitacionais em Jerusalém
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Após um período de calmaria em suas relações, EUA
e Israel voltam a se chocar.
Jerusalém, mais uma vez, está no centro da discórdia.
Em visita à Indonésia, país
de maior população islâmica
do mundo, o presidente norte-americano, Barack Obama, criticou o plano israelense de construir 1.300 novas
unidades habitacionais em
Jerusalém Oriental.
A crítica gerou ácida reação do premiê israelense,
Binyamin Netanyahu, que
está nos EUA.
"Jerusalém não é um assentamento", rebateu o gabinete do premiê. "Jerusalém é
a capital de Israel".
Há oito meses, um anúncio semelhante feito em plena visita a Jerusalém do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, causou imenso mal-estar e a pior crise entre os históricos aliados em anos.
"Este tipo de atividade
nunca ajuda as negociações
de paz. Me preocupa que não
estamos vendo cada lado fazer o esforço extra necessário
para um avanço", disse Obama ontem, ao lado do presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono.
Relançada há pouco mais
de dois meses sob mediação
norte-americana, a negociações entre palestinos e israelenses entrou num impasse
após a recusa de Israel em
prorrogar uma moratória de
construções na Cisjordânia.
A moratória não incluía Jerusalém, que Israel considera parte de sua capital indivisível. Os EUA, porém,
apoiam a reivindicação palestina de que o setor oriental
da cidade, conquistado por
Israel em 1967, faz parte da
Cisjordânia ocupada.
O gabinete da secretária de
Estado, Hillary Clinton, foi
direto ao ponto. "Estamos
profundamente desapontados", disse seu porta-voz, P.J.
Crowley.
A liderança palestina acusou Israel de sabotar as negociações ao "preferir assentamentos à paz". Mas Netanyahu rejeitou a associação.
"Israel não vê nenhuma
conexão entre o processo de
paz e a política de planejamento e construção em Jerusalém, que não muda há 40
anos", disse seu gabinete.
CIDADE DIVIDIDA
Horas antes, Netanyahu
reunira-se em Nova York com
o secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon. Segundo a imprensa israelense, para
anunciar a saída de Israel de
uma área do Líbano.
A retirada, prevista pelo
cessar-fogo estabelecido
após a segunda Guerra do Líbano, em 2006, causou revolta entre os moradores da aldeia de Ghajar, na fronteira
entre os dois países, que será
dividida pela fronteira.
A oferta não foi confirmada pela ONU, mas Ban aproveitou o encontro com Bibi
Netanyahu para ecoar as críticas ao plano de novas construções em Jerusalém Oriental, que chamou de "preocupante".
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