São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2010

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Netanyahu reage a crítica dos EUA sobre novos assentamentos

Israel quer construir 1.300 unidades habitacionais em Jerusalém

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Após um período de calmaria em suas relações, EUA e Israel voltam a se chocar. Jerusalém, mais uma vez, está no centro da discórdia.
Em visita à Indonésia, país de maior população islâmica do mundo, o presidente norte-americano, Barack Obama, criticou o plano israelense de construir 1.300 novas unidades habitacionais em Jerusalém Oriental.
A crítica gerou ácida reação do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que está nos EUA.
"Jerusalém não é um assentamento", rebateu o gabinete do premiê. "Jerusalém é a capital de Israel".
Há oito meses, um anúncio semelhante feito em plena visita a Jerusalém do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, causou imenso mal-estar e a pior crise entre os históricos aliados em anos.
"Este tipo de atividade nunca ajuda as negociações de paz. Me preocupa que não estamos vendo cada lado fazer o esforço extra necessário para um avanço", disse Obama ontem, ao lado do presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono.
Relançada há pouco mais de dois meses sob mediação norte-americana, a negociações entre palestinos e israelenses entrou num impasse após a recusa de Israel em prorrogar uma moratória de construções na Cisjordânia.
A moratória não incluía Jerusalém, que Israel considera parte de sua capital indivisível. Os EUA, porém, apoiam a reivindicação palestina de que o setor oriental da cidade, conquistado por Israel em 1967, faz parte da Cisjordânia ocupada.
O gabinete da secretária de Estado, Hillary Clinton, foi direto ao ponto. "Estamos profundamente desapontados", disse seu porta-voz, P.J. Crowley.
A liderança palestina acusou Israel de sabotar as negociações ao "preferir assentamentos à paz". Mas Netanyahu rejeitou a associação.
"Israel não vê nenhuma conexão entre o processo de paz e a política de planejamento e construção em Jerusalém, que não muda há 40 anos", disse seu gabinete.

CIDADE DIVIDIDA
Horas antes, Netanyahu reunira-se em Nova York com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Segundo a imprensa israelense, para anunciar a saída de Israel de uma área do Líbano.
A retirada, prevista pelo cessar-fogo estabelecido após a segunda Guerra do Líbano, em 2006, causou revolta entre os moradores da aldeia de Ghajar, na fronteira entre os dois países, que será dividida pela fronteira.
A oferta não foi confirmada pela ONU, mas Ban aproveitou o encontro com Bibi Netanyahu para ecoar as críticas ao plano de novas construções em Jerusalém Oriental, que chamou de "preocupante".


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