São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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FOCO

Governador provoca 'saia justa diplomática' na Guiana

FELIPE LUCHETE
DE SÃO PAULO

Às vésperas das eleições presidenciais na Guiana, a presença do governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), em um comício do partido do atual presidente do país vizinho causou uma saia justa diplomática.
Após se reunir no domingo com o presidente Bharrat Jagdeo em Lethem, cidade na fronteira com o Brasil, o governador participou de um evento político do PPP/C e chegou a saudar o candidato à sucessão apoiado pelo governo, Donald Ramotar. Foi o suficiente para dois partidos da oposição pedirem explicações à Embaixada do Brasil na Guiana.
Para o AFC (Alliance for Change), a participação de Anchieta representou "clara violação" da soberania do país. Em nota oficial, o partido disse que a população da Guiana respeita o governo brasileiro e pede comportamento recíproco.
O APNU (A Partnership For National Unity) responsabilizou o presidente -e não Anchieta- pela suposta exploração política do encontro, mas disse esperar que o caso não seja prelúdio do envolvimento ilegal de brasileiros no processo eleitoral guianense. Representantes dos dois partidos se reuniram anteontem com o embaixador do Brasil na Guiana, Luiz Gilberto Seixas de Andrade. Ele disse à Folha ter acalmado os ânimos depois de garantir que não houve tentativa de interferir no pleito.
Segundo o embaixador, Anchieta Júnior não foi ao país vizinho para apoiar determinado partido, mas para reunião oficial sobre assuntos de integração regional.
O governador disse à reportagem que passou no comício depois da reunião e apenas cumprimentou os presentes, inclusive o candidato do PPP/C, "por questão de educação". Mas afirmou ter ido embora logo depois. "Não tenho importância política alguma na Guiana. Minha fala não altera o quadro político", disse o tucano à Folha. "Se causou mal-estar, não era a intenção."
As eleições para presidente da Guiana -e também para outros cargos- serão realizadas no dia 28 deste mês.


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