São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Número 1 de Obama para região vem ao Brasil

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

O recém-confirmado secretário-assistente de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental do governo de Barack Obama, Arturo Valenzuela, chega ao Brasil na segunda. Em sua primeira viagem à América do Sul à frente do cargo, o diplomata americano de origem chilena irá ainda à Argentina, ao Paraguai e ao Uruguai.
Especula-se que esta dê início a uma série de visitas de autoridades americanas à região, que prosseguiria com William Burns, o número 2 do Departamento de Estado, a secretária, Hillary Clinton, e, por fim, provavelmente em 2010, o presidente democrata. A Chancelaria confirmou apenas a viagem de Valenzuela.
Segundo Charles Luoma-Overstreet, porta-voz do Departamento de Estado, a agenda do diplomata ainda está sendo feita. "É sua primeira visita ao Cone Sul, e a viagem incluirá visitas de cortesia e consultas com colegas em uma variedade de questões", disse à Folha.
A visita acontece num momento de tensão entre o subcontinente e os EUA, causada pela ampliação da presença militar americana na Colômbia, mas principalmente pela crise em Honduras.
Os quatro países a serem visitados por Valenzuela declararam que não reconhecem as eleições presidenciais que deram vitória a Porfirio Lobo. A posição se choca com a do grupo liderado pelos EUA, que defende que o pleito ocorreu em condições aceitáveis e que o novo governo é uma saída.
Ontem, comentando pela primeira vez os resultados, Hillary defendeu o presidente eleito e disse que o pleito foi "um marco importante" para restaurar a democracia. Lobo "iniciou um diálogo nacional e pediu a formação de um governo de unidade e de uma comissão da verdade, conforme pede o Acordo Tegucigalpa-San José", disse. Mais tarde, o porta-voz da Chancelaria, Ian Kelly, disse que do ponto de vista do governo americano a crise hondurenha estava "encerrada".
Valenzuela chega também num momento em que tanto a Embaixada dos EUA em Brasília como a do Brasil em Washington estão sem os seus titulares. O brasileiro Mauro Vieira deve assumir seu cargo apenas em janeiro; já seu colega americano, Thomas Shannon, enfrenta bloqueio de um senador republicano.
Antecessor de Valenzuela no posto de número 1 da Chancelaria para a América Latina, Shannon tem a confirmação presa pelo novato George LeMieux, da Flórida, que acha muito progressistas as posições do diplomata em relação ao regime castrista de Cuba.
Rumores em Washington, no entanto, davam conta que o senador poderia suspender o veto a Shannon até sexta. Procurado pela Folha, o escritório de LeMieux não falou do caso.


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