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Número 1 de Obama para região vem ao Brasil
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O recém-confirmado secretário-assistente de Estado para
Assuntos do Hemisfério Ocidental do governo de Barack
Obama, Arturo Valenzuela,
chega ao Brasil na segunda. Em
sua primeira viagem à América
do Sul à frente do cargo, o diplomata americano de origem
chilena irá ainda à Argentina,
ao Paraguai e ao Uruguai.
Especula-se que esta dê início a uma série de visitas de autoridades americanas à região,
que prosseguiria com William
Burns, o número 2 do Departamento de Estado, a secretária,
Hillary Clinton, e, por fim, provavelmente em 2010, o presidente democrata. A Chancelaria confirmou apenas a viagem
de Valenzuela.
Segundo Charles Luoma-Overstreet, porta-voz do Departamento de Estado, a agenda do diplomata ainda está sendo feita. "É sua primeira visita
ao Cone Sul, e a viagem incluirá
visitas de cortesia e consultas
com colegas em uma variedade
de questões", disse à Folha.
A visita acontece num momento de tensão entre o subcontinente e os EUA, causada
pela ampliação da presença militar americana na Colômbia,
mas principalmente pela crise
em Honduras.
Os quatro países a serem visitados por Valenzuela declararam que não reconhecem as
eleições presidenciais que deram vitória a Porfirio Lobo. A
posição se choca com a do grupo liderado pelos EUA, que defende que o pleito ocorreu em
condições aceitáveis e que o
novo governo é uma saída.
Ontem, comentando pela
primeira vez os resultados, Hillary defendeu o presidente
eleito e disse que o pleito foi
"um marco importante" para
restaurar a democracia. Lobo
"iniciou um diálogo nacional e
pediu a formação de um governo de unidade e de uma comissão da verdade, conforme pede
o Acordo Tegucigalpa-San José", disse. Mais tarde, o porta-voz da Chancelaria, Ian Kelly,
disse que do ponto de vista do
governo americano a crise hondurenha estava "encerrada".
Valenzuela chega também
num momento em que tanto a
Embaixada dos EUA em Brasília como a do Brasil em Washington estão sem os seus titulares. O brasileiro Mauro Vieira deve assumir seu cargo apenas em janeiro; já seu colega
americano, Thomas Shannon,
enfrenta bloqueio de um senador republicano.
Antecessor de Valenzuela no
posto de número 1 da Chancelaria para a América Latina,
Shannon tem a confirmação
presa pelo novato George LeMieux, da Flórida, que acha
muito progressistas as posições do diplomata em relação
ao regime castrista de Cuba.
Rumores em Washington, no
entanto, davam conta que o senador poderia suspender o veto a Shannon até sexta. Procurado pela Folha, o escritório de
LeMieux não falou do caso.
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