São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil continuará na mesma, diz relatório

DA REDAÇÃO

Se a praga latino-americana do início do século 21 for mesmo a estagnação e o imobilismo, o Brasil estará entre os mais doentes: passaremos o ano de 2020 discutindo reformas institucionais, "custo Brasil", guerra fiscal, carga tributária excessiva, inflação e dívida externa. Sem contar na (até lá) histórica campanha por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Essas previsões fazem parte do relatório "América Latina em 2020. Dois Passos para a Frente, Um e Meio para Trás", elaborado a partir da análise de especialistas convidados pelo Conselho Nacional de Inteligência (NIC), órgão do governo americano encarregado de fazer previsões de médio e longo prazos. As conclusões do Projeto 2020 não representam as visões do governo dos Estados Unidos.
"O Brasil provavelmente não conseguirá alcançar sua prometida liderança na América do Sul, devido tanto ao ceticismo de seus vizinhos quanto à preponderante ênfase em seus próprios interesses", diz o relatório.

"Ator mundial"
Ainda de acordo com o estudo, o Brasil ainda não terá conseguido entrar no Conselho de Segurança, "mas continuará se considerando um ator mundial".
A boa notícia é que sua "democracia pulsante" será um fator de estabilidade para o restante da região, mas não haverá um crescimento econômico significativo. O principal motor serão as exportações para os EUA, a União Européia, a China e a Índia.
"Aproveitando-se da fome asiática e dos laços fortalecidos com a Europa, o Brasil tentará superar suas limitações estruturais por meio de seu robusto setor de agribusiness."
O maior risco para o Brasil até 2020 será quebrar, por causa do seu alto endividamento, com graves e duradouras consequências para quase toda a região.
A Folha pediu uma entrevista com Fulton Armstrong, mas o encarregado do NIC para a América Latina não quis falar. (FM)


Texto Anterior: Futurologia: AL dará "meio passo" até 2020, prevê estudo
Próximo Texto: Panorâmica - Sucessão nos EUA: Bush defende resultados econômicos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.