São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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Árabes brasileiros protestam no sul

Marchas, exposição de fotos do "genocídio" e doação simbólica de sangue marcam oposição à ofensiva israelense contra Gaza

Protestos pedem expulsão do embaixador israelense; "é preciso mostrar drama do povo palestino", diz um dos líderes do ato em Curitiba

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A comunidade palestina no Sul do Brasil iniciou na semana passada uma série de protestos contra os ataques de Israel à faixa de Gaza.
Em Curitiba (PR), o ponto de partida das manifestações foi uma exposição com fotografias do que a comunidade classifica de "holocausto" palestino, montada num calçadão no centro da cidade. Os protestos culminaram anteontem com uma marcha pela região central.
A passeata, organizada pela Sociedade Muçulmana do Paraná, pela Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil) e por movimentos sindicais e estudantis, pediu o fim dos ataques a Gaza e a expulsão da representação diplomática israelense do país, como ocorreu na Venezuela. Manifestantes queimaram uma bandeira de Israel.
Em Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai), faixas em português e espanhol chamam a ação israelense de ""genocídio".
Jihad Abu Ali, 25, um dos líderes da comunidade de cerca de 150 palestinos radicados em Foz do Iguaçu, disse que as faixas ""foram estrategicamente colocadas" para mostrar aos turistas que os ataques de Israel estão matando "crianças, velhos e mulheres".
Em Curitiba, além da exposição, foi iniciada há quatro dias uma campanha de doação de sangue. Os organizadores dizem que a doação é simbólica, pois as bolsas não poderão chegar à área de conflito em razão do bloqueio imposto por Israel.
""É preciso mostrar à sociedade a dramática situação do povo palestino, que sofre um genocídio meticulosamente preparado por Israel", disse Ualid Rabah, 42, diretor de relações institucionais de Fepal.
Em Porto Alegre, o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil disse que entidades árabes, movimentos sociais e partidos definirão ação conjunta de condenação à guerra.
Ualid Rabah, que tem uma irmã que vive em Kobar (Cisjordânia), cobrou uma posição da comunidade judaica brasileira sobre os ataques. "É preciso perguntar a todo homem e mulher que professa a fé judaica se Israel fala em nome dos judeus quando pratica esses crimes. O silêncio dos judeus sobre essa barbárie, cometida em nome deles, é inexplicável", disse.


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