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Árabes brasileiros protestam no sul
Marchas, exposição de fotos do "genocídio" e doação simbólica de sangue marcam oposição à ofensiva israelense contra Gaza
Protestos pedem expulsão do embaixador israelense; "é preciso mostrar drama do povo palestino", diz um dos líderes do ato em Curitiba
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A comunidade palestina no
Sul do Brasil iniciou na semana
passada uma série de protestos
contra os ataques de Israel à
faixa de Gaza.
Em Curitiba (PR), o ponto de
partida das manifestações foi
uma exposição com fotografias
do que a comunidade classifica
de "holocausto" palestino,
montada num calçadão no centro da cidade. Os protestos culminaram anteontem com uma
marcha pela região central.
A passeata, organizada pela
Sociedade Muçulmana do Paraná, pela Fepal (Federação
Árabe Palestina do Brasil) e por
movimentos sindicais e estudantis, pediu o fim dos ataques
a Gaza e a expulsão da representação diplomática israelense do país, como ocorreu na Venezuela. Manifestantes queimaram uma bandeira de Israel.
Em Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina
e Paraguai), faixas em português e espanhol chamam a ação
israelense de ""genocídio".
Jihad Abu Ali, 25, um dos líderes da comunidade de cerca
de 150 palestinos radicados em
Foz do Iguaçu, disse que as faixas ""foram estrategicamente
colocadas" para mostrar aos turistas que os ataques de Israel
estão matando "crianças, velhos e mulheres".
Em Curitiba, além da exposição, foi iniciada há quatro dias
uma campanha de doação de
sangue. Os organizadores dizem que a doação é simbólica,
pois as bolsas não poderão chegar à área de conflito em razão
do bloqueio imposto por Israel.
""É preciso mostrar à sociedade a dramática situação do povo palestino, que sofre um genocídio meticulosamente preparado por Israel", disse Ualid
Rabah, 42, diretor de relações
institucionais de Fepal.
Em Porto Alegre, o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil disse que entidades
árabes, movimentos sociais e
partidos definirão ação conjunta de condenação à guerra.
Ualid Rabah, que tem uma irmã que vive em Kobar (Cisjordânia), cobrou uma posição da
comunidade judaica brasileira
sobre os ataques. "É preciso
perguntar a todo homem e mulher que professa a fé judaica se
Israel fala em nome dos judeus
quando pratica esses crimes. O
silêncio dos judeus sobre essa
barbárie, cometida em nome
deles, é inexplicável", disse.
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