São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 2006

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GEOPOLÍTICA

Projeto de Rice de realocação de diplomatas enfatiza emergentes e "zonas de risco", como Venezuela; Brasil terá 3 a menos

Diplomacia dos EUA foca China e Índia

DA REDAÇÃO

O Departamento de Estado americano fez um primeiro detalhamento da realocação de diplomatas que reflete as adaptações às novas prioridades de política externa, determinadas pela secretária Condoleezza Rice.
Segundo listagem ontem publicada pelo "Washington Post", o Brasil está entre os 33 países em que cairá o número de diplomatas americanos. Serão três a menos.
Na lista de 21 países que ganharão reforço estão a Venezuela e a Bolívia, com quatro diplomatas a mais cada um.
O Departamento de Estado possui 6.400 diplomatas. A realocação anunciada por Rice em janeiro último procura adequar a distribuição geográfica desses quadros a uma política externa que não mais convive com a Guerra Fria e que passa a privilegiar emergentes de peso no mundo em desenvolvimento e regiões com tensões políticas agudas.
É assim que a China, com 15 novos diplomatas americanos, e a Índia, com 12, são os alvos privilegiados pelo remanejamento. Do lado oposto, a Rússia terá dez diplomatas americanos a menos, e a Alemanha, sete.
Ao anunciar há semanas seu plano, Rice disse que deslocaria diplomatas da Europa para missões mais marcadas por desafios, no Oriente Médio e na Ásia. Na época, ela evocou também a prioridade de reforçar as missões americanas em países importantes no combate ao terrorismo.
Por enquanto, 61 postos serão eliminados -38 deles na Europa-, com a paralela criação de 74 outros. Entre os países europeus, além da Rússia e da Alemanha, sofrerão uma diminuição de quadros, em embaixadas e consulados, a Bélgica, a Polônia, a Itália, a Espanha e a Ucrânia.
Além da China e da Índia, a Indonésia terá cinco diplomatas a mais, seguida da Nicarágua, do Equador, de Israel, do Líbano, da Nigéria, do Tadjiquistão e do Vietnã, com três a quatro novos diplomatas em cada um deles.
O "Washington Post" informa que a reestruturação está apenas em seu início e que a primeira listagem apenas operou mudanças mais óbvias ou urgentes. A operação deve se prolongar pelos próximos anos, disse um informante do Departamento de Estado.
Ainda segundo o jornal americano, o Departamento de Estado fez circular no mês passado um memorando interno em que aconselha os diplomatas a não esperar pelos procedimentos de transferência e a procurar suas chefias regionais para se candidatarem às novas vagas.


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