|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GEOPOLÍTICA
Projeto de Rice de realocação de diplomatas enfatiza emergentes e "zonas de risco", como Venezuela; Brasil terá 3 a menos
Diplomacia dos EUA foca China e Índia
DA REDAÇÃO
O Departamento de Estado
americano fez um primeiro detalhamento da realocação de diplomatas que reflete as adaptações às
novas prioridades de política externa, determinadas pela secretária Condoleezza Rice.
Segundo listagem ontem publicada pelo "Washington Post", o
Brasil está entre os 33 países em
que cairá o número de diplomatas
americanos. Serão três a menos.
Na lista de 21 países que ganharão reforço estão a Venezuela e a
Bolívia, com quatro diplomatas a
mais cada um.
O Departamento de Estado possui 6.400 diplomatas. A realocação anunciada por Rice em janeiro último procura adequar a distribuição geográfica desses quadros a uma política externa que
não mais convive com a Guerra
Fria e que passa a privilegiar
emergentes de peso no mundo
em desenvolvimento e regiões
com tensões políticas agudas.
É assim que a China, com 15 novos diplomatas americanos, e a
Índia, com 12, são os alvos privilegiados pelo remanejamento. Do
lado oposto, a Rússia terá dez diplomatas americanos a menos, e a
Alemanha, sete.
Ao anunciar há semanas seu
plano, Rice disse que deslocaria
diplomatas da Europa para missões mais marcadas por desafios,
no Oriente Médio e na Ásia. Na
época, ela evocou também a prioridade de reforçar as missões
americanas em países importantes no combate ao terrorismo.
Por enquanto, 61 postos serão
eliminados -38 deles na Europa-, com a paralela criação de 74
outros. Entre os países europeus,
além da Rússia e da Alemanha,
sofrerão uma diminuição de quadros, em embaixadas e consulados, a Bélgica, a Polônia, a Itália, a
Espanha e a Ucrânia.
Além da China e da Índia, a Indonésia terá cinco diplomatas a
mais, seguida da Nicarágua, do
Equador, de Israel, do Líbano, da
Nigéria, do Tadjiquistão e do
Vietnã, com três a quatro novos
diplomatas em cada um deles.
O "Washington Post" informa
que a reestruturação está apenas
em seu início e que a primeira listagem apenas operou mudanças
mais óbvias ou urgentes. A operação deve se prolongar pelos próximos anos, disse um informante
do Departamento de Estado.
Ainda segundo o jornal americano, o Departamento de Estado
fez circular no mês passado um
memorando interno em que
aconselha os diplomatas a não esperar pelos procedimentos de
transferência e a procurar suas
chefias regionais para se candidatarem às novas vagas.
Texto Anterior: Chanceler da Jordânia diz que há manipulação Próximo Texto: Fotojornalismo: Imagens trágicas se impõem em concurso Índice
|