|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Argentina veta venda de empresa para americanos
Para evitar monopólio, Petrobrás precisa se desfazer da energética Transener
Venda estava acertada para fundo dos EUA; Transener deve ser comprada entre estatal Enarsa e empresa próxima do governo
DE BUENOS AIRES
A Comissão Nacional de Defesa da Concorrência argentina
não aprovou a venda de ações
da controladora da empresa
Transener (transporte de energia elétrica) acertada pela Petrobras com o fundo americano
Eton Park.
O negócio precisava ser aprovado pela comissão, ligada ao
Ministério da Economia, e pelo
Enre, órgão regulador do setor
elétrico, ligado ao Ministério
do Planejamento. De acordo
com o ministro do Planejamento, Julio De Vido, o Enre defendeu que a importância estratégica da companhia é incompatível com os objetivos dos fundos de investimento, "que são
associados a especulações" e
"estão distantes do compromisso com a gestão de atividades específicas".
Com a negativa, embora ainda caibam recursos, o caminho
fica aberto para que a Transener termine nas mãos da empresa argentina Electroingeniería, próxima ao governo argentino. A estatal Enarsa também deve participar da compra.
A ação do governo de Néstor
Kirchner para bloquear a venda levou o embaixador dos EUA
a enviar carta a De Vido pedindo a não-interferência. Kirchner reagiu dizendo que a Argentina não era "uma republiqueta" e que decidiria de acordo com o interesse nacional.
Em visita a Buenos Aires, o número três do Departamento de
Estado dos EUA, Nicholas
Burns, afirmou que foi um
"mal-entendido".
Ao comprar os ativos energéticos da Pérez Companc em
2002, a Petrobras firmou compromisso de que, para evitar
formação de monopólio, transferiria o controle. No ano passado, a companhia brasileira
acertou a venda com o fundo
por US$ 54 milhões, e já recebeu parte do valor.
(BRUNO LIMA)
Texto Anterior: Negacionismo: Elie Wiesel sofre ataque nos EUA Próximo Texto: Enviado dos EUA a Caracas tem vínculo com o Brasil Índice
|