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Enviado dos EUA a Caracas tem vínculo com o Brasil
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
O novo embaixador indicado
pelos Estados Unidos para a
Venezuela é o diplomata de
carreira Patrick Duddy, que foi
cônsul-geral americano em São
Paulo, fala português e tem
boas ligações com o Brasil. Sua
efetivação só depende da concessão de agréement pelo governo de Hugo Chávez.
Ele é o segundo homem da
hierarquia do bureau para a
América Latina do Departamento de Estado, uma espécie
de braço direito do responsável
pela região, Thomas Shannon,
que passou esta semana no
Brasil e deu a notícia pessoalmente ao ministro Celso Amorim (Relações Exteriores).
A decisão do presidente
George W. Bush de indicar um
diplomata com vínculos com o
Brasil para um cargo tão estratégico como Caracas não foi por
acaso. A intenção é justamente
facilitar o papel brasileiro numa intermediação discreta entre Washington e Caracas.
Na avaliação brasileira, aparentemente encampada pela
Casa Branca, o ideal é que Caracas e Washington tenham uma
interlocução direta, sem intermediários.
As relações entre os EUA e a
Venezuela têm sido tensas desde a primeira posse de Chávez,
em 1999, e só pioraram, especialmente agora, com o início
do processo de reestatização e
nacionalização de empresas de
energia. Os EUA lideram as
compras de petróleo da Venezuela e temem um corte de fornecimento por questões políticas. Outra questão é a aproximação ostensiva da Venezuela
com o Irã, nascida de sua participação conjunta na Opep.
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