São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2007

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Enviado dos EUA a Caracas tem vínculo com o Brasil

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

O novo embaixador indicado pelos Estados Unidos para a Venezuela é o diplomata de carreira Patrick Duddy, que foi cônsul-geral americano em São Paulo, fala português e tem boas ligações com o Brasil. Sua efetivação só depende da concessão de agréement pelo governo de Hugo Chávez.
Ele é o segundo homem da hierarquia do bureau para a América Latina do Departamento de Estado, uma espécie de braço direito do responsável pela região, Thomas Shannon, que passou esta semana no Brasil e deu a notícia pessoalmente ao ministro Celso Amorim (Relações Exteriores).
A decisão do presidente George W. Bush de indicar um diplomata com vínculos com o Brasil para um cargo tão estratégico como Caracas não foi por acaso. A intenção é justamente facilitar o papel brasileiro numa intermediação discreta entre Washington e Caracas.
Na avaliação brasileira, aparentemente encampada pela Casa Branca, o ideal é que Caracas e Washington tenham uma interlocução direta, sem intermediários.
As relações entre os EUA e a Venezuela têm sido tensas desde a primeira posse de Chávez, em 1999, e só pioraram, especialmente agora, com o início do processo de reestatização e nacionalização de empresas de energia. Os EUA lideram as compras de petróleo da Venezuela e temem um corte de fornecimento por questões políticas. Outra questão é a aproximação ostensiva da Venezuela com o Irã, nascida de sua participação conjunta na Opep.


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