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Presidente de Timor Leste é ferido a tiros em ataque
Ramos-Horta é operado em base australiana; guarda-costas e agressor morrem
Casa do premiê Xanana Gusmão também é atacada; líder venceu Nobel da Paz em 1996 por papel no fim da ocupação pela Indonésia
DA REDAÇÃO
O presidente de Timor Leste,
José Ramos-Horta, 58, foi ferido com um tiro no estômago na
manhã de hoje (noite de ontem
no Brasil) por um grupo liderado por um ex-militar rebelde
em um ataque em sua casa, perto da capital, Dili. A informação
é do porta-voz do Exército, major Domingos da Câmara.
Ele foi levado para uma base
militar da Austrália no país e,
segundo a mídia australiana,
sua condição era estável. Quando possível, seria levado a Darwin, no país vizinho.
Segundo Câmara, dois carros
passaram em frente à casa de
Ramos-Horta por volta das 7h
de hoje e começaram a atirar.
Um guarda-costas do presidente e o líder do ataque, o ex-militar Alfredo Reinado, morreram
no tiroteio (veja texto ao lado).
Membros do governo afirmaram que a casa de Xanana
Gusmão, atual premiê, também
foi atacada, mas não há relatos
de feridos. Tampouco foram divulgados detalhes.
Para o analista de segurança
Alan Dupont, o ataque terá sérias conseqüências para Timor
Leste. "Isso vai desestabilizar o
país ainda mais, logo quando
tentam se recuperar dos problemas dos últimos 18 meses",
disse, de Sydney.
Ex-colônia portuguesa, Timor Leste sofreu por mais de
duas décadas uma brutal ocupação da Indonésia e só obteve
a independência com soberania plena em 2002. Os novos líderes prometem conter a pobreza e restaurar os difíceis laços entre a polícia e o Exército.
Ramos-Horta derrotou no
segundo turno, em maio último, Francisco Guterres Lu Olo,
sucedendo então Xanana Gusmão na Presidência. Ele dividiu
em 1996 o Prêmio Nobel da Paz
com o bispo Carlos Filipe Ximenes Belo, por sua resistência
à ocupação indonésia.
O presidente, que em 2006
foi ministro da Defesa e depois
premiê do país, esteve no Brasil
no fim de janeiro, quando se
reuniu com o colega Luiz Inácio Lula da Silva, a quem pediu
mais apoio na reconstrução.
Na ocasião, Ramos-Horta
afirmara em entrevista à Folha
que o risco de confrontos no
país era "muito baixo": "Ainda
como premiê, comecei o trabalhar para sarar as feridas nas
forças de segurança. Em 2006,
chegamos perto do abismo,
mas paramos a tempo".
Com agências internacionais
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