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Otan acabará se Europa não apoiar guerra no Afeganistão, diz Gates
Pressionado pela deterioração do cenário no país, americano quer reforços
DA REDAÇÃO
Sob pressão por conta da
constante piora do cenário no
Afeganistão, o secretário da Defesa americano, Robert Gates,
afirmou que a Otan (aliança
militar ocidental) estará em
risco caso a Europa não ofereça
maior apoio aos EUA nos combates no país centro-asiático.
"Não devemos -não podemos- ser uma aliança dividida
entre quem quer lutar e quem
não quer. Isso, com todas as
suas implicações para a segurança coletiva, destruiria efetivamente a Otan", disse o secretário durante a Conferência de
Segurança de Munique.
Gates pediu aos aliados que
se unam na luta contra militantes islâmicos no Afeganistão.
Disse também que a Otan não
pode "se dar ao luxo" de deixar
algumas nações conduzirem
ações menos perigosas enquanto outras lutam e morrem
-aparente alusão à Alemanha,
cujas tropas atuam no relativamente seguro norte afegão enquanto americanos, canadenses, holandeses e britânicos estão no turbulento sul.
A chanceler alemã, Angela
Merkel, confirmou ao "Hamburger Abendblatt" que Berlim
não alterará sua missão no país,
ainda que a revista "Der Spiegel" tenha dito que poderão ser
enviados entre 1.000 e 4.500
soldados adicionais.
"Esse é um problema da
aliança, e não de um país individual", rebateu Gates.
Na sexta-feira, o secretário
havia afirmado que os países
europeus confundem as ações
no Iraque e no Afeganistão.
"Muitos, eu acho, têm um problema com nosso envolvimento no Iraque e projetam isso no
Afeganistão. Não entendem a
diferença do tipo de ameaça."
O governo Bush apresenta as
duas guerras como parte da luta global contra o terrorismo,
mas invadiu, em 2001, o Afeganistão para acabar com o regime do Talebã, que escondia a
cúpula da Al Qaeda. Um ano e
meio depois, declarou guerra
ao Iraque pela posse de um suposto arsenal proibido -que
nunca foi encontrado.
Na última terça, em Londres,
Condoleezza Rice, secretária
de Estado americana, admitira
que a missão no Afeganistão está sendo muito mais difícil do
que o esperado. "A aliança está
enfrentando um teste real, e é
um teste de sua força."
A Otan tem hoje 42 mil homens no Afeganistão, sendo 15
mil americanos e 7.800 britânicos. Os alemães têm o terceiro
contingente, 3.210 militares.
Iraque
De Munique, Gates partiu
para Bagdá, numa "visita-surpresa". "Claro que quero ouvir
a avaliação do general [David]
Petraeus [chefe das tropas dos
EUA no Iraque], saber em que
ponto ele está e o que falta fazer
antes de sua apresentação [ao
Congresso americano, em
abril, quando pode recomendar
a redução das tropas]", disse
Gates ainda no avião.
Para ele, os líderes políticos
iraquianos mostram sinais de
progresso em direção à reconciliação, mas ainda têm dificuldade para estabilizar o país.
"Parecem energizados nas últimas semanas." Gates deveria se
encontrar com o presidente e o
primeiro-ministro iraquianos.
Antes de o americano chegar,
23 pessoas morreram com a explosão de um carro-bomba que
invadiu, em Balad (norte), um
mercado perto de um posto de
controle operado por árabes
sunitas. Na mesma cidade, dois
policiais morreram atingidos
por um morteiro. E confronto
envolvendo a Al Qaeda e milícias antiextremismo deixou 15
mortos em Sinjar (norte).
Com agências internacionais
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