São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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Chávez perde outro ministro, reportam jornais venezuelanos

Se confirmada, renúncia de titular da Saúde será a 4ª no 1º escalão nas últimas semanas

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

O ministro da Saúde venezuelano, Carlos Rotondaro, renunciou ontem ao cargo, informou a imprensa local. Caso a saída seja confirmada, será o quarto membro do alto escalão a deixar o governo Hugo Chávez nas últimas semanas.
A suposta saída de Rotondaro foi atribuída pelo jornal "El Universal" à sua insatisfação com a ingerência de cubanos em posições estratégicas do ministério. Médicos e funcionários de saúde enviados pelo regime de Raúl Castro são os principais coordenadores de um dos programas sociais mais populares de Chávez, que mantém postos de saúde nas áreas mais pobres do país.
O mais cotado para substituí-lo é Luis Reyes Reyes, ministro da Secretaria do Despacho da Presidência. Militar como Chávez, é um dos colaboradores com mais trânsito junto ao presidente venezuelano.
No último dia 25, Ramón Carrizález, um dos colaboradores mais próximos de Chávez desde o início de seu governo, em 1999, renunciou aos cargos de vice-presidente e ministro da Defesa -na Venezuela, a Vice-Presidência é ocupada por um indicado do presidente, e não via eleição.
Com Carrizález, deixou o governo a ministra Yuribí Ortega, sua mulher. Ambos alegaram motivos "estritamente pessoais" ao renunciar.
Em seguida, foi a vez de o presidente do recém-estatizado Banco de Venezuela, Eugenio Vásquez. Ele também não quis explicar a sua saída.
Com a exceção do ministro da Saúde, todos os que renunciaram já foram substituídos.

Problemas em série
As seguidas renúncias ocorrem num momento em que a Venezuela atravessa uma grave crise energética, levando o governo nacional a adotar uma série de medidas, que incluem cortes de até quatro horas no fornecimento elétrico.
Ontem, o governo proibiu que estabelecimentos comerciais do país acendam outdoors de iluminação publicitária tanto dentro quanto fora dos estabelecimentos. Já a estatal Edelca, a maior empresa de geração de eletricidade do país, enviou uma carta a seus funcionários pedindo "clamor a Deus pelo Serviço Elétrico Nacional".
No campo econômico, Chávez se viu obrigado a desvalorizar a moeda local, o bolívar forte, aumentando a pressão inflacionária, ao mesmo tempo em que o país atravessa a primeira recessão em cinco anos.
O cenário ruim deve prejudicar o desempenho dos governistas na eleição parlamentar de setembro. Atualmente, a Assembleia Nacional é dominada pelo chavismo, depois que a oposição desistiu de participar do último pleito.


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