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Chávez perde outro ministro, reportam jornais venezuelanos
Se confirmada, renúncia de titular da Saúde será a 4ª no 1º escalão nas últimas semanas
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O ministro da Saúde venezuelano, Carlos Rotondaro, renunciou ontem ao cargo, informou a imprensa local. Caso a
saída seja confirmada, será o
quarto membro do alto escalão
a deixar o governo Hugo Chávez nas últimas semanas.
A suposta saída de Rotondaro foi atribuída pelo jornal "El
Universal" à sua insatisfação
com a ingerência de cubanos
em posições estratégicas do ministério. Médicos e funcionários de saúde enviados pelo regime de Raúl Castro são os
principais coordenadores de
um dos programas sociais mais
populares de Chávez, que mantém postos de saúde nas áreas
mais pobres do país.
O mais cotado para substituí-lo é Luis Reyes Reyes, ministro
da Secretaria do Despacho da
Presidência. Militar como Chávez, é um dos colaboradores
com mais trânsito junto ao presidente venezuelano.
No último dia 25, Ramón
Carrizález, um dos colaboradores mais próximos de Chávez
desde o início de seu governo,
em 1999, renunciou aos cargos
de vice-presidente e ministro
da Defesa -na Venezuela, a Vice-Presidência é ocupada por
um indicado do presidente, e
não via eleição.
Com Carrizález, deixou o governo a ministra Yuribí Ortega,
sua mulher. Ambos alegaram
motivos "estritamente pessoais" ao renunciar.
Em seguida, foi a vez de o
presidente do recém-estatizado Banco de Venezuela, Eugenio Vásquez. Ele também não
quis explicar a sua saída.
Com a exceção do ministro
da Saúde, todos os que renunciaram já foram substituídos.
Problemas em série
As seguidas renúncias ocorrem num momento em que a
Venezuela atravessa uma grave
crise energética, levando o governo nacional a adotar uma
série de medidas, que incluem
cortes de até quatro horas no
fornecimento elétrico.
Ontem, o governo proibiu
que estabelecimentos comerciais do país acendam outdoors
de iluminação publicitária tanto dentro quanto fora dos estabelecimentos. Já a estatal Edelca, a maior empresa de geração
de eletricidade do país, enviou
uma carta a seus funcionários
pedindo "clamor a Deus pelo
Serviço Elétrico Nacional".
No campo econômico, Chávez se viu obrigado a desvalorizar a moeda local, o bolívar forte, aumentando a pressão inflacionária, ao mesmo tempo em
que o país atravessa a primeira
recessão em cinco anos.
O cenário ruim deve prejudicar o desempenho dos governistas na eleição parlamentar
de setembro. Atualmente, a Assembleia Nacional é dominada
pelo chavismo, depois que a
oposição desistiu de participar
do último pleito.
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