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Ação sem aval do CS fere
Carta da ONU, diz Annan
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, advertiu Washington
ontem de que uma guerra para
desarmar o Iraque e depor o regime do ditador Saddam Hussein
sem autorização do Conselho de
Segurança (CS) não teria legitimidade e seria uma violação da Carta das Nações Unidas.
Annan voltou a defender que
sejam esgotadas todas as possibilidade de resolução pacífica da
crise antes que seja adotado o caminho da guerra.
"Os membros do CS estão agora
diante de uma escolha importante", disse Annan. "Se não chegarem a uma posição comum e uma
ação for tomada sem a autoridade
do CS, a legitimidade e o apoio a
qualquer ação desse tipo seriam
gravemente prejudicados."
E acrescentou: "Se os EUA e outros contornarem o Conselho e
lançarem uma ação militar, isso
não estaria em conformidade
com a Carta [da ONU]".
Diplomacia
Ontem foi um dia de intensa
movimentação diplomática. Tanto a França como os EUA tentam
ganhar votos contra ou a favor da
guerra dos seis países do CS ainda
indecisos.
O chanceler francês, Dominique de Villepin, está visitando os
países africanos com cadeira provisória no CS -Angola, Camarões e Guiné. Em visita rápida à
capital angolana, Luanda, ele não
conseguiu convencer o governo
de que a guerra pode ser evitada.
Na visão do chanceler angolano,
João Bernardo de Miranda, "a
guerra é inevitável". O país ainda
não tornou pública a sua intenção
de voto sobre a proposta de resolução patrocinada pelos EUA.
O secretário de Estado americano, Colin Powell, teve um encontro ontem com o chanceler de
Guiné e falou ao telefone com autoridades de Angola, México e Paquistão.
Anteontem, Powell havia afirmado que havia uma "forte chance" de os EUA conseguirem dez
votos -algo que parece improvável nas atuais circunstâncias.
Um integrante do partido do
governo paquistanês disse que o
país pretende optar pela abstenção. Embora seja aliado de Washington na guerra ao terrorismo,
o Paquistão é um país de população muçulmana que se opõe fortemente a uma ofensiva contra o
Iraque.
O presidente americano, George W. Bush, também tem participado pessoalmente da ofensiva
diplomática pela aprovação da resolução. Falou ontem ao telefone
com o premiê do Japão, Junichiro
Koizumi, e com os presidentes da
China, Jiang Zemin, da África do
Sul, Thabo Mbeki, e com o sultão
Qaboos, de Omã.
Até o momento, apenas EUA,
Reino Unido, Espanha e Bulgária
são abertamente a favor da nova
resolução. França, Rússia, China,
Alemanha e Síria são contra e pedem mais tempo para as inspeções de armas da ONU. Entre os
que estão indefinidos, o Chile tende a rechaçar a proposta ou a se
abster, enquanto o México tende
a apoiar os americanos.
Com agências internacionais
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