São Paulo, sábado, 11 de março de 2006

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AMÉRICA DO SUL

Eleita em segundo turno em janeiro, socialista diz que seu governo vai priorizar relações com vizinhos

Bachelet será hoje a primeira mulher a presidir o Chile

DA REDAÇÃO

A médica socialista Michelle Bachelet será hoje a primeira mulher a assumir a Presidência do Chile, em cerimônia que reunirá delegações de 120 países na sede do Congresso, em Valparaíso.
Bachelet, 54, receberá o poder das mãos do também socialista Ricardo Lagos com a missão de dar prosseguimento aos três governos anteriores da Concertação, a coalizão de centro-esquerda que a elegeu e que lidera o Chile há 16 anos, desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-90). Seu mandato será de quatro anos. Eleita em segundo turno em 15 de janeiro, Bachelet se propôs, porém, a imprimir sua própria marca no governo, com prioridades como políticas sociais de amparo à infância, a reforma do sistema previdenciário e a paridade entre homens e mulheres na administração.
Atendendo a promessa de campanha, ela anunciou em fins de janeiro um gabinete com dez ministras que chefiarão, entre outras, as pastas da Economia, do Planejamento e da Defesa.
"O Chile vai ser o primeiro país que terá, nos distintos cargos de tomada de decisões no setor público, paridade total", afirmou.
Na esfera internacional, Bachelet disse que sua diplomacia irá priorizar as relações com a América Latina -sem, no entanto, abdicar do modelo de abertura econômica que rendeu ao país importantes acordos comerciais.
"Não temos de cair em conceitos de Guerra Fria, mas desenvolver uma política externa que nos permita melhores acordos com os países vizinhos e manter boas políticas de integração e cooperação", afirmou, logo após a eleição.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Hugo Chávez (Venezuela), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia) e outros confirmaram presença na cerimônia de posse. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, representará os EUA.
No plano interno, Bachelet receberá o país com um crescimento anual médio de 6% desde 1985 e uma inflação sob controle.
Mas também herdará um país em que a pobreza afeta 18,8% dos 16 milhões de chilenos e que é um dos mais desiguais da região -os mais ricos no Chile possuem renda 40,6 vezes maior que os 10% mais pobres.


Com agências internacionais

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