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AMÉRICA DO SUL
Eleita em segundo turno em janeiro, socialista diz que seu governo vai priorizar relações com vizinhos
Bachelet será hoje a primeira mulher a presidir o Chile
DA REDAÇÃO
A médica socialista Michelle
Bachelet será hoje a primeira mulher a assumir a Presidência do
Chile, em cerimônia que reunirá
delegações de 120 países na sede
do Congresso, em Valparaíso.
Bachelet, 54, receberá o poder
das mãos do também socialista
Ricardo Lagos com a missão de
dar prosseguimento aos três governos anteriores da Concertação, a coalizão de centro-esquerda que a elegeu e que lidera o Chile há 16 anos, desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-90). Seu mandato será de quatro
anos. Eleita em segundo turno em
15 de janeiro, Bachelet se propôs,
porém, a imprimir sua própria
marca no governo, com prioridades como políticas sociais de amparo à infância, a reforma do sistema previdenciário e a paridade
entre homens e mulheres na administração.
Atendendo a promessa de campanha, ela anunciou em fins de janeiro um gabinete com dez ministras que chefiarão, entre outras, as pastas da Economia, do
Planejamento e da Defesa.
"O Chile vai ser o primeiro país
que terá, nos distintos cargos de
tomada de decisões no setor público, paridade total", afirmou.
Na esfera internacional, Bachelet disse que sua diplomacia irá
priorizar as relações com a América Latina -sem, no entanto, abdicar do modelo de abertura econômica que rendeu ao país importantes acordos comerciais.
"Não temos de cair em conceitos de Guerra Fria, mas desenvolver uma política externa que nos
permita melhores acordos com os
países vizinhos e manter boas políticas de integração e cooperação", afirmou, logo após a eleição.
Os presidentes Luiz Inácio Lula
da Silva, Hugo Chávez (Venezuela), Néstor Kirchner (Argentina),
Evo Morales (Bolívia) e outros
confirmaram presença na cerimônia de posse. A secretária de
Estado americana, Condoleezza
Rice, representará os EUA.
No plano interno, Bachelet receberá o país com um crescimento
anual médio de 6% desde 1985 e
uma inflação sob controle.
Mas também herdará um país
em que a pobreza afeta 18,8% dos
16 milhões de chilenos e que é um
dos mais desiguais da região -os
mais ricos no Chile possuem renda 40,6 vezes maior que os 10%
mais pobres.
Com agências internacionais
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