São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / COFRES REPUBLICANOS

Arrecadação é prioridade de McCain

Vitória precoce na batalha pela nomeação ajuda republicano a reforçar magra estrutura de campanha

Governista registra menos contribuições do que as de Hillary e Obama; batalha entre democratas recebe maior atenção da imprensa

MICHAEL COOPER
MICHAEL LUO
DO "NEW YORK TIMES"

O fato de que tenha conquistado a indicação do Partido Republicano enquanto os pré-candidatos democratas continuam na batalha ofereceu um artigo valioso ao senador John McCain: tempo, que ele pode usar para superar as cisões partidárias, reforçar seus esforços até agora mornos de arrecadação e transformar a modesta organização de sua campanha nas primárias em uma máquina preparada para disputar uma eleição geral.
A pausa dará a McCain tempo para respirar, mas pode ter efeitos negativos. O próprio senador reconhece que a feroz disputa entre os democratas deve conquistar a maior atenção da mídia, em curto prazo. McCain afirmou na semana passada que ele via os próximos dois meses como oportunidade de "colocar a casa em ordem" e que planejava usar o tempo livre para uma viagem ao exterior, para apresentar novas propostas e discursos.
Mas sua prioridade deve ser a arrecadação de fundos, com cerca de 20 a 30 eventos por mês. Agora que McCain derrotou seus rivais republicanos, a direção de sua campanha espera contar com alguns dos grandes doadores a suas candidaturas. McCain e seus assessores pretendem estimular os esforços de arrecadação, conferindo às pessoas que atraíram mais doações títulos honorários.
McCain não só está herdando assessores do presidente Bush como também os importantes arrecadadores de doações que o ajudaram a levantar verbas recorde de campanha. Agora que tem o partido trabalhando em seu benefício, McCain pode instar os doadores que lhe deram o máximo de US$ 4.600 que a lei autoriza em contribuições individuais a fazerem doações maiores para os cofres republicanos.
Um dos desafios que terá de enfrentar é o de preservar ao menos em parte o espírito de candidatura insurgente, enquanto transforma sua campanha em uma operação de alcance nacional com toda a maquinaria que isso exige. McCain diz que planeja continuar usando o formato que preferia nas primárias, o de pequenas reuniões com eleitores, e que pretende continuar conversando com os repórteres no seu ônibus de campanha, o "Expresso da Franqueza".
Os assessores acreditam que oferecer aos jornalistas acesso ao candidato e a oportunidade de receber informações extensas sobre sua posição torna menos provável que citem fora do contexto suas declarações.
Há alguns sinais de que a equipe de McCain, dedicada mas exausta, começa a sentir a tensão da transição. Na semana passada, após jantar com Bush e visitar o Comitê Nacional do partido, McCain ficou esperando no avião, em Washington, e chegou tarde a um evento de arrecadação na Flórida, porque sua equipe esqueceu os jornalistas que o acompanham do lado de fora da sede do partido, por mais de uma hora. "Essa máquina", disse McCain ao se reencontrar com os jornalistas mais tarde, "ainda precisa ser ajustada".


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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