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SUCESSÃO NOS EUA / COFRES REPUBLICANOS
Arrecadação é prioridade de McCain
Vitória precoce na batalha pela nomeação ajuda republicano a reforçar magra estrutura de campanha
Governista registra menos contribuições do que as de Hillary e Obama; batalha entre democratas recebe maior atenção da imprensa
MICHAEL COOPER
MICHAEL LUO
DO "NEW YORK TIMES"
O fato de que tenha conquistado a indicação do Partido Republicano enquanto os pré-candidatos democratas continuam na batalha ofereceu um
artigo valioso ao senador John
McCain: tempo, que ele pode
usar para superar as cisões partidárias, reforçar seus esforços
até agora mornos de arrecadação e transformar a modesta
organização de sua campanha
nas primárias em uma máquina preparada para disputar
uma eleição geral.
A pausa dará a McCain tempo para respirar, mas pode ter
efeitos negativos. O próprio senador reconhece que a feroz
disputa entre os democratas
deve conquistar a maior atenção da mídia, em curto prazo.
McCain afirmou na semana
passada que ele via os próximos
dois meses como oportunidade
de "colocar a casa em ordem" e
que planejava usar o tempo livre para uma viagem ao exterior, para apresentar novas
propostas e discursos.
Mas sua prioridade deve ser a
arrecadação de fundos, com
cerca de 20 a 30 eventos por
mês. Agora que McCain derrotou seus rivais republicanos, a
direção de sua campanha espera contar com alguns dos grandes doadores a suas candidaturas. McCain e seus assessores
pretendem estimular os esforços de arrecadação, conferindo
às pessoas que atraíram mais
doações títulos honorários.
McCain não só está herdando assessores do presidente
Bush como também os importantes arrecadadores de doações que o ajudaram a levantar
verbas recorde de campanha.
Agora que tem o partido trabalhando em seu benefício,
McCain pode instar os doadores que lhe deram o máximo de
US$ 4.600 que a lei autoriza em
contribuições individuais a fazerem doações maiores para os
cofres republicanos.
Um dos desafios que terá de
enfrentar é o de preservar ao
menos em parte o espírito de
candidatura insurgente, enquanto transforma sua campanha em uma operação de alcance nacional com toda a maquinaria que isso exige.
McCain diz que planeja continuar usando o formato que
preferia nas primárias, o de pequenas reuniões com eleitores,
e que pretende continuar conversando com os repórteres no
seu ônibus de campanha, o
"Expresso da Franqueza".
Os assessores acreditam que
oferecer aos jornalistas acesso
ao candidato e a oportunidade
de receber informações extensas sobre sua posição torna menos provável que citem fora do
contexto suas declarações.
Há alguns sinais de que a
equipe de McCain, dedicada
mas exausta, começa a sentir a
tensão da transição. Na semana
passada, após jantar com Bush
e visitar o Comitê Nacional do
partido, McCain ficou esperando no avião, em Washington, e
chegou tarde a um evento de
arrecadação na Flórida, porque
sua equipe esqueceu os jornalistas que o acompanham do lado de fora da sede do partido,
por mais de uma hora.
"Essa máquina", disse
McCain ao se reencontrar com
os jornalistas mais tarde, "ainda precisa ser ajustada".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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