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Municipais não foram plebiscito, crêem "sarkozystas"
Oposição teve mais votos no primeiro turno e fará prefeitos de Paris e Lyon; pode também levar Marselha no 2º turno de domingo
DA REDAÇÃO
O presidente Nicolas Sarkozy nada declarou sobre o primeiro turno de domingo das
eleições municipais francesas,
em que a oposição de esquerda
obteve 49% dos votos, contra
44,5% a seus partidários.
Agindo como porta-voz oficial, o primeiro-ministro François Fillon disse não ter ocorrido uma "votação para punir o
presidente", que foi eleito em
março do ano passado e cuja
popularidade está em queda.
Os socialistas e aliados são favoritos no segundo turno em
Paris e Lyon, as duas maiores
cidades, e já tomaram da direita
sete outras cidades importantes, como Rouen e Dieppe.
Os aliados de Sarkozy comemoram a reeleição, já anteontem, em Bordeaux, de Allain
Juppé, que os institutos de opinião davam como um caso dificílimo para o situacionismo.
Mas as atenções se concentram agora em Marselha, a terceira maior cidade francesa, em
que o prefeito e candidato da
direita à reeleição, Jean-Claude Gaudin, enfrenta em condições desfavoráveis o socialista
Jean-Noël Guérini.
Gaudin divulgou ontem carta
que Sarkozy lhe enviou supostamente na última quinta-feira,
em que promete mais policiamento e participação do Estado
nos trabalhos de ampliação do
porto marítimo local.
Estrasburgo, governada pela
direita, é também uma cidade
importante em que a esquerda
deve ganhar no domingo.
O diretor do instituto Ifop,
Frédéric Dabi, disse ao "Le
Monde" que apenas nas cidades com mais de 30 mil habitantes o eleitorado pode ter votado com motivação partidária.
A França tem mais de 36 mil
municípios, a maioria deles
com menos de 3.500 habitantes. Só nas cidades maiores
ocorreu um voto anti-Sarkozy.
Centristas têm só 4%
O Movimento dos Democratas, partido centrista, obteve
apenas 4% dos votos. Seu dirigente, François Bayrou, rejeitou ontem a proposta de aliança com a UMP (União por um
Movimento Popular), partido
do presidente. Mas seus candidatos em geral aderiram aos finalistas conservadores para o
segundo turno.
Analistas apontam dois outros resultados dignos de nota à
esquerda. O primeiro diz respeito ao Partido Comunista,
que obteve menos de 2% dos
votos nas presidenciais de
2007. Seu prognosticado desaparecimento não aconteceu.
Ele manteve suas bases tradicionais, como Dieppe ou subúrbios importantes de Paris, como Malakoff e Nantèrre.
O segundo foi a votação da
LRC (Liga Comunista Revolucionária), partido trostkista cujo porta-voz e ex-candidato
presidencial, Olivier Besancenot, comemora a obtenção de
8% a 15% dos votos nas cidades
de maior tradição esquerdista.
A LRC não elegerá prefeitos.
Mas demonstrou força.
A Frente Nacional, de extrema-direita, fracassou no pequeno município de Hénin-Beaumont, onde Marine Le
Pen, filha do dirigente Jean-Marie Le Pen, queria se eleger
vereadora. Sua chapa obteve
28,5% dos votos, contra 43%
aos socialistas, que vão como
favoritos ao segundo turno.
Com agências internacionais
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