São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Municipais não foram plebiscito, crêem "sarkozystas"

Oposição teve mais votos no primeiro turno e fará prefeitos de Paris e Lyon; pode também levar Marselha no 2º turno de domingo

DA REDAÇÃO

O presidente Nicolas Sarkozy nada declarou sobre o primeiro turno de domingo das eleições municipais francesas, em que a oposição de esquerda obteve 49% dos votos, contra 44,5% a seus partidários.
Agindo como porta-voz oficial, o primeiro-ministro François Fillon disse não ter ocorrido uma "votação para punir o presidente", que foi eleito em março do ano passado e cuja popularidade está em queda.
Os socialistas e aliados são favoritos no segundo turno em Paris e Lyon, as duas maiores cidades, e já tomaram da direita sete outras cidades importantes, como Rouen e Dieppe.
Os aliados de Sarkozy comemoram a reeleição, já anteontem, em Bordeaux, de Allain Juppé, que os institutos de opinião davam como um caso dificílimo para o situacionismo.
Mas as atenções se concentram agora em Marselha, a terceira maior cidade francesa, em que o prefeito e candidato da direita à reeleição, Jean-Claude Gaudin, enfrenta em condições desfavoráveis o socialista Jean-Noël Guérini.
Gaudin divulgou ontem carta que Sarkozy lhe enviou supostamente na última quinta-feira, em que promete mais policiamento e participação do Estado nos trabalhos de ampliação do porto marítimo local.
Estrasburgo, governada pela direita, é também uma cidade importante em que a esquerda deve ganhar no domingo.
O diretor do instituto Ifop, Frédéric Dabi, disse ao "Le Monde" que apenas nas cidades com mais de 30 mil habitantes o eleitorado pode ter votado com motivação partidária. A França tem mais de 36 mil municípios, a maioria deles com menos de 3.500 habitantes. Só nas cidades maiores ocorreu um voto anti-Sarkozy.

Centristas têm só 4%
O Movimento dos Democratas, partido centrista, obteve apenas 4% dos votos. Seu dirigente, François Bayrou, rejeitou ontem a proposta de aliança com a UMP (União por um Movimento Popular), partido do presidente. Mas seus candidatos em geral aderiram aos finalistas conservadores para o segundo turno.
Analistas apontam dois outros resultados dignos de nota à esquerda. O primeiro diz respeito ao Partido Comunista, que obteve menos de 2% dos votos nas presidenciais de 2007. Seu prognosticado desaparecimento não aconteceu. Ele manteve suas bases tradicionais, como Dieppe ou subúrbios importantes de Paris, como Malakoff e Nantèrre.
O segundo foi a votação da LRC (Liga Comunista Revolucionária), partido trostkista cujo porta-voz e ex-candidato presidencial, Olivier Besancenot, comemora a obtenção de 8% a 15% dos votos nas cidades de maior tradição esquerdista. A LRC não elegerá prefeitos. Mas demonstrou força.
A Frente Nacional, de extrema-direita, fracassou no pequeno município de Hénin-Beaumont, onde Marine Le Pen, filha do dirigente Jean-Marie Le Pen, queria se eleger vereadora. Sua chapa obteve 28,5% dos votos, contra 43% aos socialistas, que vão como favoritos ao segundo turno.


Com agências internacionais


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