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Parlamento passa lei que congela processos contra premiê da Itália
Texto prevê alegação de "impedimento legítimo" para ausência em tribunais
DA REDAÇÃO
O Parlamento da Itália aprovou um projeto de lei que permite ao premiê do país, Silvio
Berlusconi, alegar "impedimento legítimo" devido a compromissos do cargo para não
comparecer a audiências judiciais, congelando por seis meses -renováveis por duas vezes- os processos em curso.
O texto, que passara na Câmara dos Deputados em fevereiro, foi aprovado ontem no
Senado com 169 votos a favor,
126 contra e três abstenções,
numa sessão tumultuada e sob
fortes críticas da oposição, que
alega casuísmo. A medida precisa ainda da ratificação do presidente Giorgio Napolitano.
Para aliados de Berlusconi, a
lei do "impedimento legítimo"
é necessária para o "desenvolvimento das funções atribuídas
pelas leis" ao premiê, eleito para governar, e não para ser distraído por processos judiciais.
Mas, para opositores, que
gritavam "vergonha" no plenário e portavam cópias da Constituição, a lei visa dar tempo a
aliados de Berlusconi para que
novo projeto de imunidade seja
aprovado. Com as três renovações possíveis, o texto permite
o congelamento dos processos
contra o premiê por 18 meses.
"Existe um assassino da democracia que se chama Silvio
Berlusconi", disse o deputado
opositor Antonio Di Pietro. "Eu
faço um apelo ao chefe de Estado para que impeça o massacre
da legalidade e da democracia."
Berlusconi responde a dois
processos na Justiça. Em um
deles, o premiê direitista é acusado de corrupção por suposto
pagamento de US$ 600 mil ao
advogado britânico David Mills
para que depusesse a seu favor
nos anos 90. No segundo, responde por fraude fiscal em operação envolvendo o seu conglomerado de mídia, o Mediaset.
Desde outubro, quando a Suprema Corte revogou lei que
lhe dava imunidade recorrendo
ao princípio da igualdade entre
todos os cidadãos, Berlusconi
-com audiência marcada para
o próximo dia 26- recorre a artifícios jurídicos para não comparecer às audiências judiciais.
Em janeiro, o Senado já havia
aprovado projeto -em tramitação na Câmara- que reduz o
tempo de prescrição para processos cujas penas previstas totalizem até dez anos, como nos
casos que envolvem o premiê.
Com agências internacionais
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