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PARADEIRO DE SADDAM
Agência acredita que ex-ditador e aliados podem ter planejado fuga conjunta
Para CIA, Saddam pode estar em Tikrit
DA REDAÇÃO
Um dia após o colapso do regime de Saddam Hussein, o destino
do homem que governou o Iraque durante 24 anos seguia desconhecido. Mas a CIA (serviço de
inteligência dos EUA) considera
que o mais provável é que Saddam e muitos de seus principais
aliados estejam em Tikrit, cidade
natal do líder iraquiano.
As outras possibilidades que
ainda eram levadas em conta ontem indicavam que Saddam estivesse na Síria ou em outro país
árabe ou então que tenha morrido
em bombardeio americano.
Fontes militares do Comando
Central dos EUA no Qatar afirmam que a maneira uniforme como todas as lideranças iraquianas
e familiares de Saddam desapareceram indica que deve haver uma
espécie de comunicação ou de comando entre Saddam, caso esteja
vivo, e autoridades do país.
Eles podem ter elaborado um
plano de fuga diante da iminente
invasão americana a Bagdá e preferiram desaparecer em conjunto
antes da entrada de tropas dos
EUA na cidade. Elas enfrentam
pouca resistência.
Até mesmo divisões da Guarda
Republicana poderiam ter tomado parte nesse plano de fuga, cujo
destino seria Tikrit.
Para esses militares, a possibilidade de que Saddam esteja em Tikrit é maior do que a de que ele tenha sido morto no ataque contra
um restaurante onde ele supostamente estaria reunido com seus
filhos e outras autoridades.
Apesar de a inteligência americana afirmar que Saddam entrou
no local, a inteligência britânica
diz que o ex-ditador escapou do
local minutos antes de a bomba
atingir o prédio.
Tikrit tem um simbolismo especial para Saddam e o seu regime,
já que tanto ele como outras lideranças iraquianas são da cidade,
localizada às margens do rio Tigre, ao norte de Bagdá.
Na cidade, Saddam teria algumas forças para tentar se defender
por alguns dias dos americanos. A
maior parte dos habitantes de Tikrit é leal ao ex-ditador.
Os principais integrantes do regime de Saddam, como o vice-premiê, Tariq Aziz, o vice-presidente, Taha Yassin Ramadhan, e
o chanceler, Naji Sabri, fizeram
apenas algumas aparições desde a
eclosão da guerra.
O único que todos os dias concedia entrevistas e dava declarações era o ministro da Informação, Mohamed Said al Sahaf. Ele
serviu de porta-voz do regime,
mas desde terça-feira está desaparecido. Os filhos de Saddam,
Uday e Qussay, apareceram apenas em imagens de TV.
As últimas imagens de Saddam
(ou de um sósia) foram exibidas
pela última vez há uma semana,
quando ele caminhava em Bagdá.
DNA
Caso Saddam esteja morto, será
difícil, mas não impossível, identificar seu corpo, segundo cientista ouvido pela agência de notícias
Reuters. Para determinar com
certeza se um corpo é ou não o do
ex-ditador, seria preciso uma
amostra de DNA ou então uma
radiografia da arcada dentária.
Porém os EUA não disporiam
da amostra nem da radiografia.
Caso Saddam tenha sido morto
no bombardeio ao restaurante em
Bagdá, deveriam ser feitas algumas perguntas, segundo, Lawrence Kobilinsky, médico legista da
Justiça de Nova York.
"Nós não sabemos se ele estava
lá, mas assumindo-se que ele estivesse, precisamos saber se o corpo está intacto ou cortado em pedaços", disse o médico.
"E, se estiver inteiro, por meio
de observação podemos determinar, com base na sua estrutura facial, se o corpo é dele ou não",
acrescentou Kobilinsky.
Se estiver cortado em pedaços, a
situação ficaria ainda mais complicada para determinar se Saddam está morto ou não.
Outro obstáculo para o trabalho
dos legistas são os sósias do ex-ditador. O corpo de qualquer um
deles poderia ser, visualmente,
confundido com o de Saddam.
Com agências internacionais e o "Independent"
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