São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

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Grupo ameaça mutilar americano

DA REDAÇÃO

Em um vídeo transmitido pela rede de TV árabe Al Jazeera, do Qatar, um seqüestrador iraquiano disse que seu grupo irá matar e mutilar um refém americano se os Estados Unidos não levantarem o cerco a Fallujah, onde ao menos 280 iraquianos morreram nos últimos dias. Outro grupo que mantém três japoneses como reféns disse que iria libertá-los.
"Nossa única exigência é que o cerco à cidade das mesquitas [Fallujah] seja desfeito dentro de 12 horas a contar das 18h [de ontem]", disse o seqüestrador. Caso isso não aconteça, ameaçou o seqüestrador, o refém será morto de uma maneira "pior do que a morte dos que foram assassinados e queimados" em Fallujah.
As imagens exibidas pela Al Jazeera mostram o mesmo refém que, no início da manhã de ontem, havia sido mostrado pela rede de TV australiana ABC e identificado com Thomas Hamill. Na entrevista, Hamill afirmou que fazia parte de um comboio que havia sido atacado.
Em novo vídeo divulgado ontem, um grupo iraquiano disse manter 30 estrangeiros seqüestrados e ameaçou decapitá-los.
"Exigimos a retirada das tropas americanas e de coalizão. Temos reféns japoneses, búlgaros, israelenses, americanos, espanhóis e coreanos. São 30", disse um homem mascarado, com um rifle Kalashnikov. "Se a América não levantar o bloqueio a Fallujah, suas cabeças serão cortadas", disse o suposto seqüestrador.

Drama japonês
Surpreendendo o governo do Japão, o Saraya al Mujahideen, grupo que mantém três civis japoneses como reféns, declarou que eles seriam libertados hoje. Segundo a rede Al Jazeera, a libertação atende a um pedido da Associação dos Cléricos Muçulmanos.
Abdel Satar Abdel Jabar, membro da associação, disse à agência Reuters que seu grupo fez um pedido para que todos os estrangeiros não ligados às forças de ocupação fossem libertados.
Os seqüestradores haviam ameaçado queimar os reféns vivos hoje caso as tropas japonesas não abandonassem o Iraque. O seqüestro aumentou a pressão da população sobre o governo do premiê Junichiro Koizumi, que se recusa a retirar as tropas japonesas do Iraque. O Japão mantém 530 homens no sul do país cuja missão é supervisionar os trabalhos de reconstrução.
A crise dos seqüestrados deverá ser o principal assunto da visita do vice americano, Dick Cheney, ao Japão, onde chegou ontem, no início de uma viagem pela Ásia. Centenas de manifestantes têm exigido que o governo japonês retire as tropas do Iraque para salvar os seqüestrados, mas Koizumi está irredutível.


Com agências internacionais


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