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"EIXO DO MAL"
Para presidente, carta de Teerã deveria abordar questão nuclear
Irã ignora o principal, afirma Bush
DA REDAÇÃO
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ontem
que a carta que o presidente do
Irã, Mahmoud Ahmadinejad, enviou a ele esta semana, não responde à questão-chave para os
países ocidentais, ou seja, quando
Teerã abandonará seu programa
nuclear.
"Parece que não respondeu à
principal pergunta que o mundo
está fazendo, que é "quando você
se livrará de seu programa nuclear'", disse Bush, em entrevista a
jornais da Flórida. Foi sua primeira reação à carta do iraniano.
"Reino Unido, França e Alemanha - juntamente com os EUA,
Rússia e China - concordaram
que os iranianos não deveriam ter
uma arma (nuclear) ou a capacidade de desenvolver uma arma",
afirmou Bush. E prosseguiu: "Há
um consenso universal de que a
carta não aborda essa questão".
Ontem a secretária de Estado
americana, Condoleezza Rice,
disse que o Irã tem dois caminhos
no momento. Segundo ela os iranianos "podem ter um programa
nuclear civil que seja apropriado e
que a comunidade internacional
possa apoiar ou podem enfrentar
o isolamento".
Em Londres, antes de um almoço com o premiê britânico, Tony
Blair, o premiê francês, Dominique de Villepin, disse que a França exclui a possibilidade de uma
ação militar contra o Irã, embora
defenda medidas firmes sobre a
questão nuclear.
Os EUA querem que o Conselho
de Segurança das Nações Unidas
tome medidas duras contra Teerã
por causa de seu programa nuclear. Países ocidentais suspeitam
que o objetivo do Irã seja desenvolver armas nucleares. Teerã diz
que o programa tem fins pacíficos
de geração de energia.
Ontem Ahmadinejad disse em
visita à Indonésia que a preocupação ocidental sobre proliferação
nuclear é uma "grande mentira",
já que "as grandes potências" estão aumentando suas atividades
nucleares. "Eles mesmos estão engajados em atividades nucleares e
estão expandindo dia após dia",
disse o presidente durante uma
coletiva de imprensa.
Ontem também um representante do supremo líder religioso
do Irã propôs que o país adote novas medidas com o intuito de resolver o impasse nuclear.
Uma das medidas seria a ratificação de um acordo que permita
que inspetores das Nações Unidas
tenham acessos às instalações do
país.
A proposta foi divulgada pelo
clérigo moderado xiita Hassan
Rowhani à revista "Time" e divulgada no site da publicação.
Rowhani atuava como negociador para questões nucleares, mas
foi retirado da função por Ahmadinejad. No texto, ele afirmou que
as idéias eram pessoais e não refletem uma posição oficial.
O ex-presidente Mohamad
Khatami afirmou que uma negociação entre Teerã e Washington
não deve representar um tabu para os iranianos. "A questão de negociar com os Estados Unidos
não pode ser um tabu a não ser
que não levemos em conta os interesses nacionais", afirmou Khatami à agência oficial Isna, acrescentando que não conhece a "estratégia do regime" do Irã. Perguntado sobre a carta que foi enviada a Bush, Khatami disse que
desconhecia as motivações de
Ahamadinejad.
Com agências internacionais
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