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IRAQUE SOB TUTELA
Plano prevê unir polícia, Exército e milícias para conter violência sectária e reduzir presença dos EUA
Bagdá vai reformular
forças de segurança
DO "NEW YORK TIMES"
As autoridades iraquianas estão
preparando uma grande reestruturação das forças de segurança
de Bagdá, que colocaria policiais,
soldados e milícias paramilitares
em um único uniforme e sob um
único comando, numa tentativa
de combater o caos sectário que
tomou conta da capital iraquiana.
A reorganização implicaria ainda em uma redução substancial
na presença de soldados americanos nas ruas da capital.
O plano, revelado ontem, pode
mudar radicalmente o panorama
de segurança de Bagdá, hoje permeado por dezenas de milhares
de policiais, soldados e paramilitares cujas identidades e liderança
nem sempre são claras.
O ponto central é juntar sob comando único todas as forças de
segurança, com um uniforme facilmente identificável. Para as autoridades iraquianas, isso dará
aos agentes flexibilidade para
combater a insurgência e ajudará
a identificar elementos intrusos.
Milícias privadas e esquadrões
da morte têm se proliferado na
capital, e as autoridades reconhecem abertamente não ter controle
sobre todos os grupos armados.
"Ninguém sabe quem é quem
neste momento; temos dezenas
de milhares de forças", disse o vice-presidente Adil Abdul Mahdi.
"Precisamos de uma força unificada para garantir a segurança de
Bagdá: mesmo uniforme, mesmo
crachá, um comandante."
Segundo Mahdi, cerca de 150
mil paramilitares são hoje encarregados da proteção de vários setores da infra-estrutura iraquiana,
como oleodutos e centrais elétricas. Mas eles estão sob o comando
dos ministérios correspondentes,
cada um com seu alinhamento
político e sua agenda, tornando
difícil seu monitoramento.
O plano coloca maior ênfase em
Bagdá devido à importância psicológica e política da capital: a cidade abriga cerca de um quarto
da população iraquiana, e a maioria dos ataques de insurgentes
ocorre lá. Com grandes concentrações de árabes sunitas e xiitas, a
cidade se tornou palco central a
violência sectária que toma o país.
Segundo dados do governo iraquiano, 1.091 corpos foram achados em Bagdá apenas no mês de
abril, entre eles os de 686 civis, 190
insurgentes, 54 policiais, 22 soldados iraquianos. Outros 82 soldados da coalizão foram mortos.
O mais importante clérigo xiita
do Iraque, Hussein Ismail al Sadr,
instou ontem todos os iraquianos
a se unirem em prol da segurança,
enquanto cerca de 50 clérigos e líderes tribais se reuniam para discutir meios de pôr um fim à violência generalizada. "Nosso sangue está sendo derramado a cada
minuto. A segurança do Iraque
deve estar acima de todos os outros objetivos", disse o aiatolá .
No dia, ao menos 24 iraquianos
foram mortos em incidentes distintos em Baquba e Ramadi.
Com agências internacionais
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