São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2011

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Viúvas são novo capítulo de crise com EUA

DO ENVIADO ESPECIAL A ISLAMABAD

O acesso às três viúvas de Osama bin Laden sob custódia do Paquistão tornou-se o novo capítulo na troca de acusações entre o país e os Estados Unidos.
"Parem de mandar mensagens pela mídia", reclamou o ministro das Relações Exteriores, Salman Bashir, perguntado sobre reportagens na imprensa americana descrevendo que os EUA estavam prontos para reagir a interferências na operação que matou Bin Laden e sobre a suposta negativa paquistanesa de dividir informações sobre as mulheres.
Mais tarde, o ministro Rehman Malik (Interior) correu para dizer à emissora americana CNN: "É claro que vamos compartilhar, por que não o faríamos?". Ou seja, a CIA também poderia interrogá-las, mas não se sabe quando e nem como.
Segundo a versão atual do que aconteceu na cidade paquistanesa de Abbottabad no último dia 1º, uma mulher de Bin Laden foi ferida na perna. Outras duas (no islã, a poligamia é aceita para os homens) saíram ilesas, assim como cerca de 15 familiares do líder terrorista.

SOB CUSTÓDIA
Todos foram presos por forças paquistanesas que chegaram ao local logo depois do fim da operação americana, algo em si já duvidoso em termos de relato. Todos estão presos em unidades separadas em Islamabad e arredores e, segundo Malik, deverão ser repatriados.
Ninguém tem advogado. Pelas leis antiterror do país, alguém da família Bin Laden poderia entrar com uma petição na Suprema Corte para ter acesso a elas.
"Mas convenhamos que isso não vai acontecer", afirmou à Folha Hashmat Ali Habib, que defendeu o ex-embaixador do Taleban no Paquistão e uma série de terroristas, ganhando o apelido de "advogado do diabo".
Habib filia-se à corrente enorme de paquistaneses que acreditam que existe uma conspiração em curso -ele crê que o chefe da rede terrorista Al Qaeda nem estava em Abbottabad. Atualmente, dedica-se a reparações a vítimas de ataques de aviões-robôs americanos.
Ontem, houve mais três delas num bombardeio na área tribal do Waziristão. E, perto de Peshawar, uma bomba matou duas pessoas na frente de um fórum em que correm processos contra militantes islâmicos. (IG)


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