São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2011

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Documentos apontam elo entre Chávez e guerrilha

Afirmação é baseada na análise de papéis encontrados com as Farc

Divulgação ocorre no momento em que são boas as relações entre o presidente venezuelano e o governo colombiano

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) mantinham estreitas ligações com a inteligência da Venezuela e chegaram a treinar guerrilheiros urbanos aliados de Hugo Chávez.
A afirmação surge em dossiê divulgado ontem pelo centro de estudos britânico Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) com base em documentos que pertenceriam ao número 2 da guerrilha, Raúl Reyes, morto em 2008, no Equador.
O informe aponta a existência de informações "impressionantes" mas não comprovadas que indicam que as Farc possam ter cometido assassinatos "a pedido do Estado Venezuelano".
A divulgação faz reemergir o tema dos laços entre o governo Chávez e as Farc, num momento de ótimas relações entre Bogotá e Caracas.
O governo da Colômbia se recusou a comentar o material, e a chancelaria do país lembrou a cooperação entre a gestão de Juan Manuel Santos e Chávez. Caracas classificou o estudo como um ataque "agressivo" e voltou a questionar sua veracidade.
A maior parte dos dados que comprovariam o elo do governo venezuelano com as Farc já havia sido divulgada por Bogotá há dois anos.
A Interpol (polícia internacional) afirmou que a Colômbia não adulterara os papéis.
O estudo vem a público num momento em que Chávez enfrenta críticas de sua base à esquerda por haver extraditado à Colômbia, em abril, o cidadão sueco Joaquín Pérez Becerra, que comanda uma agência de notícias ligada às Farc.
Para analistas venezuelanos, foi a primeira vez, desde 1999, que Chávez rompeu o caráter de "neutralidade" no conflito colombiano. Em reação às críticas dos apoiadores, o venezuelano admitiu pela primeira vez que seus aliados tentaram dar refúgio às Farc sem que ele soubesse.


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