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INSEGURANÇA
Plano terá 9,25 bi
França divulga projeto contra criminalidade
DA REUTERS
O ministro do Interior da França, Nicolas Sarkozy, revelou ontem seu projeto para diminuir a criminalidade no país, que inclui a contratação de 18 mil policiais e oficiais paramilitares.
A medida faz parte da política do novo governo de centro-direita, liderado pelo primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin, que visa a atenuar os temores da população relacionados à insegurança.
Sarkozy, conhecido como o "czar da segurança" do presidente Jacques Chirac, afirmou que uma força policial de reserva também seria formada. Assim, voluntários ficariam de prontidão e entrariam em ação assim que houvesse uma crise de segurança, de acordo com o ministro francês.
"A criminalidade aumentou em 13,92% entre 1998 e 2001. Em outras palavras, houve 487.267 vítimas a mais nos últimos cinco anos. Ou seja, o equivalente à população de Lyon [a segunda maior cidade da França]", afirmou Sarkozy em entrevista ao diário "Le Figaro". "Entretanto não podemos ficar satisfeitos com
uma queda nas estatísticas. Devemos mudar essa tendência", acrescentou Sarkozy.
Ele afirmou que o projeto de lei apresentado ontem ao gabinete destinaria 5,6 bilhões à polícia militar e à gendarmaria (força policial paramilitar incumbida de velar pela segurança e pela ordem pública) entre 2003 e 2007.
Esse montante, que, segundo Sarkozy, representa um aumento
de 25% dos fundos reservados para gastos cotidianos e para a compra de equipamentos, não inclui os 3,65 bilhões que serão destinados ao Ministério da Justiça.
Em 2002, o orçamento geral da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo é de R$ 4,8 bilhões ( 1,7 bilhão).
Assim, somados, os dois montantes chegam à quantia de 9,25
bilhões. Ou seja, ela é mais de 50%
superior à que foi anunciada por
Raffarin no mês passado.
A criminalidade não é alta na
França (mesmo para padrões europeus). Mas a percepção popular
é a de que há uma onda de violência no país. Isso foi um dos fatores
que permitiram que o líder de extrema direita Jean-Marie Le Pen
chegasse ao segundo turno do último pleito presidencial.
Com isso, a segurança se tornou
uma bandeira política do novo
governo. Anteriormente, Sarkozy
anunciara a criação de novas forças policiais para atacar a delinquência juvenil, que preocupa os
moradores das grandes cidades.
Ele também aprovou o uso de
balas de borracha por parte da
polícia. Anteriormente, as forças
de segurança andavam armadas,
mas só podiam usar suas armas se
fossem atacadas com armas de fogo. Em outro sinal de que o governo francês pretende aplicar uma política de "tolerância zero", Chirac ocupa agora o comando do Conselho de Segurança Interna.
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