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Governo palestino discute sua "utilidade"
Premiê questiona possibilidade de ação sob bloqueio; 40 deputados e ministros estão detidos por Israel
DA REDAÇÃO
O premiê palestino, Ismail
Haniyeh, membro do Hamas,
questionou a utilidade da Autoridade Nacional Palestina em
reunião extraordinária de seu
Conselho de Ministros anteontem. "Será que dá para continuar a funcionar sob as condições atuais?"
Haniyeh está há semanas
sem poder ir a Ramallah (Cisjordânia), onde fica seu escritório, porque o governo israelense não permite que ele saia da
faixa de Gaza.
Cerca de 40 ministros e deputados membros do Hamas
foram detidos no fim de junho,
após o seqüestro do cabo israelense Gilad Shalit por extremistas palestinos. O Hamas, que
tem maioria no Parlamento
desde as eleições de janeiro,
tem uma ala militar que executa ataques terroristas.
Israel também impôs um
bloqueio econômico contra os
territórios ocupados. A ANP
quase não recebe ajuda externa
desde que o Hamas chegou ao
poder, em março. União Européia e Estados Unidos exigem
que o grupo abandone o terrorismo e reconheça o Estado de
Israel (o Hamas prega sua destruição) para voltar a enviar
ajuda humanitária.
Dada a crescente impotência
do Executivo, cada vez mais palestinos defendem a idéia de
restituir a Israel a responsabilidade pelos assuntos públicos
em seus territórios. O desmantelamento do governo palestino, afirma Mahmoud Mousleh,
deputado pelo Hamas, "devolveria a questão palestina à comunidade internacional".
Recorde de mortes
Ao menos 151 pessoas foram
mortas em ataques de Israel na
faixa de Gaza em junho, o
maior número desde outubro
de 2004, durante a segunda Intifada, afirmou o Grupo de Monitoramento Palestino, ONG
de direitos humanos. Já a ONG
israelense B'tselem vê um saldo
maior: 163 -78 dos quais sem
laço com as hostilidades.
O major Tal Avraham, porta-voz do Exército israelense, rejeitou os números, dizendo que
"a vasta maioria dos nossos alvos são pessoas armadas".
Israel voltou a fechar a fronteira de Gaza com o Egito ontem, horas depois de ela ter sido parcialmente aberta depois
de semanas, por causa de um
alerta de segurança.
Com "Le Monde" e agências internacionais
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