São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Governo palestino discute sua "utilidade"

Premiê questiona possibilidade de ação sob bloqueio; 40 deputados e ministros estão detidos por Israel

DA REDAÇÃO

O premiê palestino, Ismail Haniyeh, membro do Hamas, questionou a utilidade da Autoridade Nacional Palestina em reunião extraordinária de seu Conselho de Ministros anteontem. "Será que dá para continuar a funcionar sob as condições atuais?"
Haniyeh está há semanas sem poder ir a Ramallah (Cisjordânia), onde fica seu escritório, porque o governo israelense não permite que ele saia da faixa de Gaza.
Cerca de 40 ministros e deputados membros do Hamas foram detidos no fim de junho, após o seqüestro do cabo israelense Gilad Shalit por extremistas palestinos. O Hamas, que tem maioria no Parlamento desde as eleições de janeiro, tem uma ala militar que executa ataques terroristas.
Israel também impôs um bloqueio econômico contra os territórios ocupados. A ANP quase não recebe ajuda externa desde que o Hamas chegou ao poder, em março. União Européia e Estados Unidos exigem que o grupo abandone o terrorismo e reconheça o Estado de Israel (o Hamas prega sua destruição) para voltar a enviar ajuda humanitária.
Dada a crescente impotência do Executivo, cada vez mais palestinos defendem a idéia de restituir a Israel a responsabilidade pelos assuntos públicos em seus territórios. O desmantelamento do governo palestino, afirma Mahmoud Mousleh, deputado pelo Hamas, "devolveria a questão palestina à comunidade internacional".

Recorde de mortes
Ao menos 151 pessoas foram mortas em ataques de Israel na faixa de Gaza em junho, o maior número desde outubro de 2004, durante a segunda Intifada, afirmou o Grupo de Monitoramento Palestino, ONG de direitos humanos. Já a ONG israelense B'tselem vê um saldo maior: 163 -78 dos quais sem laço com as hostilidades.
O major Tal Avraham, porta-voz do Exército israelense, rejeitou os números, dizendo que "a vasta maioria dos nossos alvos são pessoas armadas".
Israel voltou a fechar a fronteira de Gaza com o Egito ontem, horas depois de ela ter sido parcialmente aberta depois de semanas, por causa de um alerta de segurança.


Com "Le Monde" e agências internacionais

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