DA REDAÇÃO

Uma nova proposta de resolução que incluiria, segundo autoridades libanesas, uma retirada progressiva das tropas israelenses do sul do Líbano deve ser apresentada hoje para votação no Conselho de Segurança da ONU, numa tentativa de pôr fim aos confrontos no Líbano entre Israel e o grupo terrorista Hizbollah.
As negociações estavam emperradas devido a divergências entre os EUA, que buscam atender aos interesses de Israel, e a França, que apóia as posições do governo libanês na questão da retirada israelense.
Ontem, os dois lados disseram que um acordo está próximo e que a resolução pode ser votada ainda hoje. "As coisas estão avançando. Esperamos um acordo de um momento para o outro", disse o chanceler francês, Philippe Douste-Blazy.
"Estamos fazendo progresso e é inteiramente possível que haja uma votação amanhã [hoje]", disse John Bolton, o embaixador americano na ONU. "Fechamos algumas das áreas de divergência com os franceses."
Já o premiê britânico, Tony Blair, que está em férias em Barbados, disse ver "potencial para um acordo nas próximas 24 horas".
O gabinete de segurança de Israel autorizou anteontem a expansão da ofensiva terrestre no Líbano, mas a suspendeu à espera de um acordo diplomático.
Em Israel, o parlamentar Otniel Schneller disse, em nome do premiê Ehud Olmert, que "uma nova proposta está sendo feita com impacto positivo que pode pôr fim à guerra". "Se não for aceita, ainda há a decisão do gabinete", disse, aludindo à ampliação da ofensiva.
Ontem, a Rússia circulou um projeto de resolução pedindo uma trégua humanitário de 72 horas na região, disse o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, citando a urgência em fazer chegar ajuda aos afetados.

Escalonamento
Fontes diplomáticas afirmam que americanos e israelenses estão discutindo o que chamam de um "cessar-fogo consecutivo", segundo o qual as operações militares israelense seriam escalonadas enquanto chegam as tropas libanesas e os soldados de paz.
De acordo com uma autoridade libanesa, "a novidade é a inclusão, no pedido de um cessar de hostilidades, de uma retirada israelense progressiva do território libanês simultânea ao emprego do Exército libanês com apoio de tropas de paz da ONU".
Uma fonte do governo israelense disse ainda que a nova proposta impõe um embargo de armas sobre o Hizbollah.
O impasse até o momento era que o Líbano exigia um cessar-fogo e a retirada israelense imediata, enquanto Israel defendia manter a ofensiva até que as tropas estrangeiras e o Exército libanês assumissem o sul do Líbano. EUA e Israel temem deixar um "vácuo" que facilite ações do Hizbollah.