São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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Candidatos rivais à Casa Branca dão pistas sobre posicionamento externo

ELISABETH BUMILLER
DO "NEW YORK TIMES", EM LAS VEGAS

Quando tropas russas atacaram a Ossétia do Sul, na sexta-feira, a reação de John McCain, virtual candidato republicano à Presidência dos EUA, foi imediata e intransigente.
Em nota, o senador disse que a Rússia "cruzou uma fronteira internacionalmente reconhecida, penetrando no território soberano da Geórgia" e que deveria "cessar incondicionalmente suas operações militares e retirar todas as suas forças".
Já seu rival democrata, o senador Barack Obama, não culpou a Rússia diretamente. "O momento atual pede que Geórgia e Rússia se contenham e evitem uma escalada para uma guerra em escala total", disse. "Todas as partes devem iniciar conversações diretas em prol da estabilidade na Geórgia."
Mais tarde, ao ser confirmada a notícia da invasão russa, Obama endureceu o discurso: "O que está claro é que a Rússia invadiu o território soberano da Geórgia -que a Rússia desrespeitou a soberania da Geórgia, e é muito importante que resolvamos essa questão o mais rapidamente possível".
As respostas, dadas no meio dos cálculos políticos de uma campanha presidencial, indicam como McCain e Obama poderiam reagir diante de uma crise internacional.
Para preparar o comunicado, McCain pediu a ajuda de seu principal assessor para política externa, Randy Scheunemann, cuja firma faz lobby pela Geórgia há quatro anos. No sábado, divulgou outro comunicado, dizendo que "está claro que a situação é muito grave" e reiterando seu chamado à Rússia para que ela recue.
Obama também intensificou a retórica no sábado. "Está claro que nas últimas 24 horas a crise se agravou" e que "a Rússia é a responsável por esse agravamento", disse seu assessor internacional, Ben Rhodes.
A atuação de Scheunemann acabou sendo explorada pela campanha de Obama. "O principal assessor de política externa de John McCain fez lobby pela Geórgia e tem interesses nesse país, e McCain refletiu a posição defendida pelo governo", disse o porta-voz Hari Sevugan, acrescentando que "a aparência de conflito de interesses" é conseqüência dos laços de McCain com lobistas.
A campanha de McCain fez pouco caso. "No meio de uma crise internacional, em que pessoas estão sendo mortas, o melhor que a campanha de Obama consegue fazer é difamar um membro da equipe de McCain", disse.


Tradução de CLARA ALLAIN


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