|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Militares brasileiros não veem problema em acordo EUA-Colômbia
FLÁVIA MARREIRO
DA REDAÇÃO
O acordo militar entre EUA e
Colômbia não ameaça o Brasil.
Tampouco o raio de ação de
aviões americanos que eventualmente usarão instalações
colombianas é uma preocupação particular para o país.
Essa é a opinião de um militar de alta patente do Exército
brasileiro, compartilhada por
ex-militares e analistas do tema. A fonte militar, familiarizado com temas da segurança da
Amazônia, sustenta que, tal como apresentada até agora, a negociação para permitir o uso
pelo Pentágono de até sete bases na Colômbia é um tema soberano do país de Álvaro Uribe.
Frisa que Brasil e EUA têm excelente parceria militar.
À diferença da diplomacia
brasileira, o militar tampouco
vê problema no alcance das aeronaves que podem vir a ser
utilizadas na Colômbia. Em
termos de capacidade de monitoramento da Amazônia, por
exemplo, pondera que a tecnologia americana mais potente
"não está embarcada em
aviões", mas em satélites com
raio de ação muito maior.
O coronel reformado Geraldo Cavagnari, do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, concorda: "Na análise
desta situação, os militares são
um pouco mais realistas".
A distância entre a abordagem do tema entre Presidência, Itamaraty e Ministério da
Defesa também foi sinalizada
pelo ministro Nelson Jobim.
Na sexta, em declarações reportadas pela Agência Brasil, o
ministro da Defesa disse que as
negociações entre Bogotá e
Washington "estão vinculadas
ao acordo antigo da Colômbia
com os EUA sobre a questão do
combate ao narcotráfico". Disse ainda que o tema não lhe
"preocupa". Já para o chanceler Celso Amorim "há um fato
novo", que exige "novas consultas" com ambos os países.
Venezuela, Brasil e Farc
O militar se mostra solidário
ao pedido da Colômbia para
que os países vizinhos como
Venezuela e Equador reprimam as Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia)
dentro de seus territórios.
Questionada sobre a presença
das Farc no Brasil, a fonte pontua a dificuldade de patrulhar
1.644 km de fronteira verde.
Mas diz que o país trabalha em
coordenação com serviços de
inteligência da Colômbia e
"não está de costas para o problema". A eventual presença
das Farc, pondera, é que representaria "ameaça à soberania".
Tanto a fonte militar quanto
Geraldo Cavagnari veem no
acordo, ainda em negociação,
um elemento de dissuasão
frente à Venezuela.
Texto Anterior: Equador: Em posse para 2º mandato, Correa mira imprensa Próximo Texto: Atentados matam ao menos 48 no Iraque Índice
|