São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

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Atentados matam ao menos 48 no Iraque

Com os ataques de ontem em Bagdá e Mossul, número de mortos em agosto, em apenas dez dias, já se aproxima do total de julho

Explosões vitimaram 98 pessoas nos quatro últimos dias; especialistas dizem que ataques tendem a crescer até pleito em 2010

Associated Press
Homem caminha sobre escombros de casas destruídas ontem após caminhões-bomba explodirem perto de Mossul, norte iraquiano, onde 28 pessoas morreram

DA REDAÇÃO

Na mais recente onda de atentados no Iraque, 48 pessoas morreram e mais de 250 ficaram feridas ontem, perto da cidade de Mossul, no norte do país, e na capital, Bagdá.
Com as mortes de ontem, agosto já soma 98 vítimas em dez dias, o que o torna, até agora, o mês com maior média diária de mortos em ataques no ano, no Iraque. Em termos absolutos, já quase igualou o número de casos de julho inteiro, quando houve 101 mortes.
No total, só neste ano, 989 pessoas perderam suas vidas em atentados no país, segundo levantamento da agência de notícias Associated Press.
As ações violentas recentes acirram ainda mais a tensão na região e o temor de que se repita um novo conflito sectário, entre sunitas (minoritários, porém hegemônicos durante a ditadura de Saddam Hussein) e xiitas, tal como aconteceu no país entre 2006 e 2007.
O ataque mais mortífero de ontem atingiu um vilarejo de um pequeno grupo xiita perto de Mossul, onde dois caminhões-bomba explodiram, matando ao menos 28 pessoas e ferindo 155. Muitos morreram enquanto dormiam no telhado de suas casas por causa do calor -40 casas foram destruídas.
Em Bagdá, uma série de nove explosões em vários pontos matou ao menos 20 pessoas e feriu mais de cem.
Na sexta-feira, as mesmas cidades também tinham sido alvo de uma série de atentados que fizeram 50 vítimas fatais -38 em Mossul e 12 em Bagdá.
Os ataques corroboram os alertas dos militares dos EUA de que os insurgentes estão visando os xiitas como estratégia para realimentar a violência sectária no país. Mas os americanos salientaram que os xiitas, principais vítimas da crescente onda de ataques, têm mantido a prudência e evitado a retaliação, como fizeram há três anos.
A expectativa de especialistas e de autoridades militares é que os ataques aumentem até o pleito iraquiano, em janeiro.
O recrudescimento da violência no Iraque acontece pouco mais de um mês após os EUA terem desocupado os centros urbanos do país, ficando apenas com a responsabilidade de garantir a segurança nas áreas rurais, estradas e áreas de fronteira. A iniciativa fez parte do cronograma de retirada das tropas estrangeiras, acordado entre os dois países.
Segundo o plano, oficializado no final do mandato do ex-presidente George W. Bush (2001-2009), todas as tropas americanas devem sair do Iraque até o fim de 2011. Os militares dos EUA estão no Iraque desde a invasão do país, em 2003, quando tiraram o ditador Saddam Hussein do poder.


Com agências internacionais


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