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São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Paris quer governo local com mais poderes

Atentado mata 3 no norte do Iraque; França admite reconhecer conselho

DA REDAÇÃO

Três iraquianos -incluindo duas crianças- e um terrorista suicida morreram na explosão de um carro-bomba ontem na cidade curda de Arbil, no norte do Iraque. Outras 53 pessoas foram feridas, e quatro agentes americanos estão em condição grave.
O alvo do carro, carregado de TNT, era um complexo da inteligência americana na cidade, mas o veículo explodiu pouco antes de chegar ao local. O ataque foi o quinto com um carro-bomba no Iraque em cinco semanas.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado. Autoridades curdas atribuíram a explosão à Al Qaeda, a rede terrorista por trás do 11 de Setembro. Já as autoridades americanas suspeitam do Ansar al Islam, ligado à Al Qaeda.
Antes, o comando americano anunciara a morte de dois soldados em ataques com bombas caseiras em Bagdá -um deles tentava desarmar uma bomba, outro morrera na véspera ao passar sobre uma mina. Assim, somam 69 as baixas americanas em ações hostis no pós-guerra.
A coalizão anglo-americana anunciou que há hoje no Iraque pouco menos de 116 mil soldados americanos. Há duas semanas, falava-se em até 130 mil soldados.
Os EUA vêm buscando apoio internacional para substituir parte de seus homens no país por forças multinacionais, mas até agora o resultado tem sido irrisório.
Mas o presidente do Conselho de Governo Iraquiano, Ahmed Chalabi, afirmou que o organismo, empossado pelos EUA em julho, reprova o aumento das forças estrangeiras no país. "A política do conselho não é pela entrada de tropas, mas pela saída", declarou.
A França e a Alemanha enviaram uma proposta conjunta aos EUA em que se dispõem a reconhecer efetivamente o conselho iraquiano -submetido a Washington-, se o país reduzir seu papel político na formação do governo iraquiano.
Separadamente, a Rússia também enviou sua proposta. Já o chefe de política externa da União Européia, Javier Solana, declarou que não há consenso dentro do bloco sobre o tema.
França e Rússia são membros permanentes dos Conselho de Segurança da ONU, cujos chanceleres debaterão, neste sábado, em Viena, uma proposta de resolução feita pelos EUA visando uma maior contribuição internacional no Iraque. O subsecretário de Estado dos EUA Richard Armitage afirmou haver negociações em curso com os dois países.
Já o presidente George W. Bush reiterou estar "aberto a sugestões". "Não vamos nos deixar levar por desentendimentos passados. Vamos avançar", disse ele em Washington.


Com agências internacionais

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